A idade não perdoa!
Recebi há dias um mail sobre um post, nada de muito antigo, já que o Outras Comidas só começou em Maio, mas verdade verdade, é que dei por mim a procurar no histórico do meu próprio blog, já que não fazia ideia de que receita se tratava!
Essa volta pelas “antiguidades” teve, no entanto, o mérito de me fazer reparar que, lá para trás, eu indicava quase sempre o uso de Flor de Sal. Depois achei que aquilo, apesar de verdade, era um bocado pretensioso e passei a dizer “sal”, tout court!
A flor de sal é um produto dito “gourmet”, obtido manualmente nas salinas através da recolha da fina película de pequenos cristais que se formam à superfície em dias sem vento. Apesar da composição química desta película ser pouco diferente da do sal marinho integral, a forma especial como se dá esta cristalização “solar”, transforma as delicadas lâminas da flor de sal numa iguaria que faz ressaltar de forma única e delicada os sabores dos alimentos que tempera.
Para além de excelente, a flor de sal tem também um preço alto, chegando por vezes à exorbitância, e claro que seria ridículo indicar o seu uso para salar a água onde se vai cozer umas batatas ou uma massa
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Eu faço-o!
Não porque seja perdulário ou algum milionário excêntrico mas porque, por um acaso da sorte, compro flor de sal ao preço de 7€/ 50Kg! Leu bem: são dois sacos de 25kg cada por 7 (sete) euros.
É este segredo, que guardei ciosamente durante anos, ( nestes casos, como nos das praias desertas, as publicidades são sempre nefastas), que agora vou partilhar com os meus visitantes, na esperança que eles saibam fazer bom e limitado uso da preciosa informação.
Atravessando o rio, em Tavira, pela Rua dos Descobrimentos, na direcção de Faro, voltando à esquerda na rotunda que logo aparece e continuando na direcção do mar, verá que o alcatrão dá lugar à terra batida e o caminho acaba por trás dos muros de umas moradias, mesmo encostado às salinas, que ali entram mesmo até junto das casas.
Se atentar bem, verá então que há dois tipos de salinas: umas, mais afastadas, são rectângulos perfeitos e enormes, onde trabalham buldozeres e outras maquinarias e junto das quais existem grandes armazéms; outras, mais perto de si, ali mesmo aos seus pés, têm contornos irregulares e são muito mais pequenas, são trabalhadas manualmente e o sal está guardado nas suas margens, em sacos de plástico preto com cerca de 25kg cada. Alguns desses sacos têm, praticamente, apenas flor de sal, já que são colhidos todos os dias durante a estação. Não se sinta embaraçada, diga claramente ao dono da salina que procura os que têm mais flor de sal, que ele está habituado e não se importa e escolhe os que ele sabe serem especiais.
Depois delicie-se com as delicadas palhetas e use-o como eu faço: em tudo, como se fosse um milionário excêntrico!
Cá em casa a Flor de Sal também anda sempre de roda! Adoro saladas "pulverizadas" com Flor de Sal!
ResponderEliminarSr Luis Pontes
ResponderEliminarGostei da informação mas ainda não consegui encontrar o propietario da salina que indica no site que faz o favor de vender a Flor do Sal a esse preço.
Acho que o Sr está a comprar gato por lebre!!!
Para tirar duvidas diga-me onde é a salina em Tavira e o nome do Sr que vende essa pechincha.
Estou interessado nesse preço.
Miguel Nascimento
SR Luis Pontes
ResponderEliminarEu sou um consumidor desse produto.
Só tenho conhecimento da produção de sal através do seguinte site: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=6442
Já comprei no armazem deste Sr e não é nada que se compare a esses valores, excepto sal marinho.
Caro Miguel Nascimento,
ResponderEliminarAcho que não me fiz entender, mea culpa!
Não há possibilidade de ser gato por lebre, quanto muito "gato por gato"; o que eu compro e ali se vende é SAL MARINHO, pois claro.
O que acontece é que, graças ao modo contínuo como é colhido, dentro dos sacos existe talvez 90% de flor de sal e um ou outro cristal maior. As plaquinhas de flor de sal são as do montinho da direita da foto.
Quanto à localização exacta, é o melhor que consigo dizer. Não sou do Algarve, fui lá duas vezes e o dono estava lá a trabalhar, conheço o sítio quando lá estou, mais que isso não.
Luis Pontes