Desenganado por todas as previsões meteorológicas, nacionais e planetárias, foi para esta prevista chuva que parti antes que 2008 acabasse e, um pouco por toda a parte, se entrasse na histeria colectiva que, todos os finais de ano, agenda programada folia, consumismo, optimismo e outros “ismos” radiosos, a fingir que tudo o que é mau vai acabar e o próximo terá enfim muita Paz, o fim da fome e da guerra, amor entre os homens e mulheres deste canto do universo, enfim, vocês sabem, a conversa das misses qualquer sítio quando são eleitas… mais a mãe da primeira criancinha da maternidade Alfredo da Costa a nascer no novel ano, toda contente por ir aparecer na televisão, mais o pimpolhinho todo vermelho e enrugado, e receber 500 fraldas descartáveis e 100 quilos de nestum ou cerelac, que a vida afinal parece que não está nada boa!
Eu, em passando o adorado Natal, entro em fase de melancolia, como se dizia antigamente.
Como não sou dado a depressões, diria antes que me vou chateando até, lá para 31, estar tão chateado como um peru a 24!
Este ano, decidido a não ter que fingir, educadamente, a tal alegria etílica da “passagem”, decidi fugir para o Mar, para a última costa intocada e maravilhosamente selvagem que nos resta: o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Telemóvel desligado para não receber aqueles votos de bom ano pré-formatados, com um arremedo de poesia , frase filosofóide ou até graçola brejeira que todos tão bem conhecemos, ( como aquilo se copia e reencaminha, lá para a meia-noite já se têm várias repetidas), na companhia da Maria José, que é, felizmente, da minha “espécie”, um grande frango mesmo do campo e grande vontade de ir ao peixinho “lá de baixo”, fomos na “Alta”, que é o “petit nom” da nossa autocaravana, velha companheira de muitas e boas viagens por esse mundo fora.
Os bons amigos livros, o bom vinho indicado pelo Cupido, o Sol e a maré a possibilitarem uma generosa colheita de percebes (e o primeiro banho de mar do ano) no Monte Clérigo, a visita da Isabel e do Joaquim, nas arribas da costa frente à Ilha do Pessegueiro, os petiscos, é claro, e também as noites uivantes das falésias selvagens e águas revoltas, fizeram destas curtas férias uns dias inesquecíveis de cuja vertente gastronómica vos darei conta a partir de amanhã, aqui.
No fim, ontem, fui ainda visitar a Gina, sim, a tal dos biscoitos de que vos falei e de outras travessuras de infância, hoje com 83 anos, rija, na sua casa de Relvas Verdes.
Em relação às fotos, não tenho, infelizmente, grande coisa a apresentar. Eu tenho uma máquina relativamente sofisticada; bom, de qualquer modo bem mais sofisticada do que o fotógrafo, pelo que, naturalmente, deixo-a trabalhar sozinha e pouco mais faço que carregar no botão.
Desta vez, como o tempo estava assim cerrado, armei-me em profissional, passei a maquineta para modo manual, pois claro, mexi em todos os botões, alavancas e joysticks e o resultado … está à vista! Só se safam as de comida, que são feitas num formato predefinido. :-)
A "Alta" junto ao mar, nos Eivados.
A Maria José, o João, o Tomás e a Isabel, frente à Ilha do Pessegueiro.
Praias pequenas e desertas, ainda sem nome "oficial"
Para fotógrafo não sofisticado, as fotos estão boas, a transbordar felicidade...
ResponderEliminarExcelente manaira de receber 2009!
Beijinhos.
Parabéns pelo(s) blog(s), pelas fotografias e pelas receitas, que me parecem de dar água na boca.
ResponderEliminarBom ano!
Confesso que esta altura do ano também não me seduz; bela "escapadela".
ResponderEliminarSabe que, só ao ler o comentário que deixou hoje no meu blog, é que vim ler esta sua postagem...
ResponderEliminarParece mentira!!! Então esteve aqui tão perto e nem disse nada?
Daqui à Carrapateira é um pulinho.. ao menos podíamos ter bebido um café.
Não torne a repetir a gracinha, ok?
Sempre que vier para estas bandas avise.