quinta-feira, 2 de abril de 2009

Camarão-Espinho

Exhippolysmata oplophoroides é o nome quase impronunciável (mas eu pronuncio coisas inimagináveis) do Camarão de Espinho, ou "de porto" ou ainda "do Porto".
Na realidade o Exhippol e tal chama-se Camarão-Espinho, é uma espécie cosmopolita das costas de quase todo o mundo e, para as funções que aqui nos trazem, a mim que escrevo e a si, que lê, importa saber que transporta no seu sempre pequeno corpo transparente e depois rosado, um sabor espantoso e inigualável a oceano (talvez só igualado pela intensidade do percebe) que o transforma numa iguaria de iniciados, aqueles que não se importam que este não seja bicho de matar fome e que, portanto, o limite para o final do petisco será sempre o prato ficar vazio ou os dedos cansados do trabalho de descasque.
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O principal problema que se entrepõe entre a vontade de degustá-los e a consumação desse desejo é a dificuldade de encontrá-los. Como não existe disponível congelado há que comprá-lo cru, às vezes vivo, nos mercados das cidades costeiras. Em Lisboa aparece às vezes, no Porto é frequente, antigamente era pescado nas docas de Lisboa a Cascais e vendido vivo dentro de umas medidas iguais às do vinho, nas tabernas e às portas, mas isso era antigamente!
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Ingredientes:
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Camarão-Espinho
Sal marinho
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Preparação:
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Limpe os camarões dos restos de algas e algum pequeno caranguejo que sempre trazem.
Ponha uma panela de água ao lume com sal marinho integral. Quando ferver, introduza os camarões e, assim que retomar a fervura retire do lume e deixe arrefecer por completo.
Escorra e ponha no frigorífico por umas horas.
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Sirva com cerveja bem gelada e muita e boa cavaqueira, daquelas que chegam para uma noite toda...
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9 comentários:

  1. Por cá, por Espinho, aparece às vezes. Mais na Aguda, na praia ou na lota, recém chegado. Desaparece num instante, é preciso ir cedo para o apanhar. Mas é o camarão mais saboroso, ainda que o mais chato de comer. Não rende nada! ;)

    Beijinho *
    Mariana

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  2. em relação a esses camarões, só posso dizer uma coisa... quem os conhecer que os compre. são invulgarmente saborosos (e em relação a mar de sabores a mar equalizam com os percebes, imho), oscilam entre baratos (no mercado/lota) e estupidamente caros (marisqueiras). agora, o que eu não faria era misturar os bichicos com cerveja. o soalheiro (2007, 2008, sem falar do primeiras vinhas ou do estagiado em madeira) constitui a perfeita wine pairing para este pequeno grande monstro do "petisco" (entrada, etc). e realmente, água e sal é bem...

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  3. Eu sei que é até uma vergonha, mas o facto é que os intervalos entre os meus "consumos" de verde chegam a ser de.... anos! Suponho que é falta de tradição e também um gosto desmesurado por cerveja, com que, evidentemente, o verde compete, à mesa.
    Mas estas duas referências ao tal Soalheiro são demais: Vou ver se o encontro e provo este fim de semana, "carago"!

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  4. é bem... o 2007 está em grande forma, o 2008 está uma "bomba" de fruta. recomendam-se copos grandes.
    à venda nos hipermercados jumbo (eu encontro o 2007 no parque nascente (gondomar) e o 2008 no mar (leça) e, presumo, continente.

    ah, e nenhuma referência ao soalheiro peca por demasiada. É que, ao preço, temo que seja uma das melhores RQL do mercado...

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  5. As primeiras investidas, as duas garrafeiras aqui do bairro e o Pingo Doce local, foram infrutíferas. Logo, quando for a caminho do Alentejo, vou ao Jumbo de Setúbal...

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  6. Vim aqui à procura de referências para cozinhar rins (rim, porque é só 1 e só para mim, porque os meus 2 parceiros são capazes de fugir só de ouvir falar...) e lembro-me que o Luís já nos falou dos ditos cujos.
    Bem, vou ao Comidas Caseiras...
    Entretanto, levo na minha cabeça a imagem destes bichinhos divinos... costumo comprar uns na peixaria da Maria, mas não sei se são tão especiais como os seus.
    Beijinhos.

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  7. pois, o doce pingo não tem (mas o alvarinho PD do anselmo mendes, para o preço é muito interessante). espero que estejas a deliciar-te agora com um "soalheiro. bem, propaganda...

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  8. Olá Luís

    Descobri o(s) seu(s) blog(s) há pouco tempo, quando procurava uma receita de favas (imagine!) parecida com a da minha mãe (ela estava no Alentejo - Cuba - e na altura não a podia consultar...) e fui parar às suas "favas com chouriço", do "Comidas Caseiras". Foi essa mesma que fiz. Obrigada, ficaram uma delícia.
    Entretanto, descobri os seus outros blogs, e foi sobretudo uma grande surpresa ter descoberto o "Cura Alternativa", que me interessou bastante. Só o descobri hoje mesmo, por isso ainda não o vi com olhos de ver, mas já vi que tem lá assuntos que me interessam bastante. Ou seja, motivos + que suficientes para continuar a "segui-lo" atentamente. Até breve.
    Cláudia

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  9. Lamento desdizê-lo, mas o camarão de Espinho é o Palaemon Serratus.

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