Serão muitas centenas por certo e, de todos eles, só tive de retirar um, porque era pessoal e incorrecto, apesar de se adivinhar gerado por um mal-entendido qualquer que nunca cheguei a perceber e que SB nunca achou por bem explicar...
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Vem isto a propósito de uma "segurança", amizade e bom ambiente que impera por este cantinho da Blogosfera e que o torna tão diferente da mainstream, agressiva, anónima, imprevisível e que, naturalmente, aconselha por vezes a chamada moderação de comentários que, por ser prévia à publicação, corre sempre o risco de ser, e é uma ...... censura!
Eu ainda vivi a dita, que se chamava eufemisticamente, Comissão de Exame Prévio, sofri na pele estudantil esse insuportável jugo e nunca, mas nunca mesmo haverá comentários "moderados" nos meus blogs!
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Estará agora a perguntar-se quem aqui chegou na leitura, a que propósito ou despropósito veio esta introdução. A resposta é simples: é que a Tibornada que hoje vos trago foi inspirada numa conversa informal e off the record com o dono de um dos blogs mais emblemáticos e criativos deste cantinho, o Cupido, do blog Garficopo.
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Além da excelente cozinha e melhores vinhos a que nos habituou, o Garficopo era um sítio de conversa. Às vezes futil, às vezes tola, quase sempre bem-disposta como devem ser as conversas com os amigos à volta de um copo, que se forem didáticas e filosóficas não são conversa são aula!
O Garficopo continua a ser um blog de mestre mas a conversa foi-se, a coisa fechou portas à comunicação de retorno e nós ficámos mais pobres, afinal receitas é o que há mais, enjôam tantos milhões de excelentes receitas e faltam esses minutos, esses segundos preciosos em que dizíamos, se calhar, apenas "olá Cupido".
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Por causa dessa comunicação que os blogs abertos propiciam, desta vez com a Mariana, do Caos na Cozinha, passei a ter uma visão bem mais ecológica do consumo do meu peixe favorito, o bacalhau. Fruto de pesca não-sustentável e integrando o livro vermelho de espécies ameaçadas da Greenpeace, o bacalhau passou de peixe de todos os dias a peixe de "dia especial".
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Uma Tibornada é uma festa e deve ser encarada assim.
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Já na sua origem era um prato que se comia uma vez por ano, durante os trabalhos de lagaragem do azeite. Era a primeira prova do azeite acabado de extrair no lagar.
Foi assim a minha Tibornada:
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Ingredientes:
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1 posta de bacalhau "crescido", por comensal.
4 batatas novas, idem
4 dentes de alho, idem
0,5dl de Azeite Extra Virgem, idem
Sal e Pimenta Preta moída na altura
Pão (merendeiro) duro para a Tiborna
Azeitonas
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Preparação:
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Demolhe as postas de bacalhau pela técnica habitual para a altura do ano em que está a demolhar.
Asse-as depressa em carvão bem esperto e desfaça-as em lascas grandes. Disponha à volta do bacalhau as batatas assadas com casca e semi-esmagadas com o tradicional "murro", salpique com azeitonas e pimenta e regue tudo com o azeite quente onde alourou os alhos cortados às fatias.
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O pão que acompanha esta refeição é a Tiborna, que dá o nome ao prato e que constitui talvez o mais delicioso "pão de alho" de todo o Mediterrâneo.
Na Azambuja chama-se Torricado e será a estrela do próximo post.
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Luís, nós por cá dizemos que comemos bacalhau só no Natal. Às vezes o Natal repete-se em Junho, ou em Março que é quando faço anos e pronto, também mereço. Mas deixou de ser peixe de todos os dias, também. Com grande pena minha, que adoro bacalhau. E essa tibornada está aqui a deixar-me vontade de que seja Natal um destes dias...
ResponderEliminarQuanto às conversas... Acho que é dos lados mais interessantes dos blogs. Dos que mais nos enriquecem porque, como disseste, receitas há aos milhões, pela internet afora. Infelizmente, no meu blog teve de haver alguma censura - ou protecção pessoal - porque arranjei uma anti-fã, que de vez em quando passa por lá para me insultar. Enfim, esses nunca vêem luz do dia. Mas são os únicos! :)
Beijo *
Mariana
Azeite, alho e bacalhau... uma das minhas combinações preferidas e, muitas vezes, não me lembro de fazer esta receita tão simples e tão deliciosa. Vou fazer brevemente :)
ResponderEliminarAchei o post muito acertivo.
ResponderEliminarÉ engraçado que tb foi a Mariana que me fez despertar para um consumo regrado do bacalhau, pois apesar de ter conhecemento da sua escassez, não o tinha em conta quando decidia tê-lo à mesa.
Agora tb cá em casa o bacalhau se tornou iguaria de festa.
Esta receita está à altura da ocasião: gostei muito e deve ser uma delícia.
Que os comentários e a troca de ideias por aqui se mantenham ricos e espirituosos!
:)
Concordo em relação aos comentários, acaba por ser um espaço de conversa amigável e enriquecedora. Felizmente nunca tive um anti-fã como a Mariana, cujo blog é sempre agradável de visitar.
ResponderEliminarAgora em relação à comidinha, eu também já faço muito pouco bacalhau, talvez três a quatro vezes por ano, e se o mesmo está com um aspecto delicioso, o pão não lhe fica nada atrás e como não conheço vou esperar ansiosamente pela receita.
Cumprimentos
Moira
E eu que tanto gostava de "espicaçar" o Cupido e ele bateu-me com a porta na cara :) Se calhar até foi por isso que ele optou por retirar os comentários!
ResponderEliminarHá algum tempo atrás recebi uns comentários muito impróprios, era um a seguir a outro sem parar. Optei por moderar os comentários durante uma noite. No dia seguinte retirei o "censor" e nunca mais obtive comentários desagradáveis!
Bacalhau é bacalhau e é uma pena que esteja em extinção, porque é o que mais gosto de comer... se for acompanhado de batatas novas ainda fica melhor :)
O Luís conseguiu deixar-me de água na boca, mais uma vez...
ResponderEliminarTenho tido sorte com os comentadores no meu blog, até hoje só apaguei um que achei menos próprio...
Próprio para a minha gulodice era esta tibornada!
Beijinho.