Não é impunemente que se nasceu em 1850!
Com o título incontestado de ser a mais antiga marca de vinhos em Portugal, o Periquita, nascido há 169 anos, tem-se mantido ao longo de toda a sua vida centenária como uma nota de continuidade e valor no universo vínico da José Maria da Fonseca.
Com o título incontestado de ser a mais antiga marca de vinhos em Portugal, o Periquita, nascido há 169 anos, tem-se mantido ao longo de toda a sua vida centenária como uma nota de continuidade e valor no universo vínico da José Maria da Fonseca.
Claro que em quase dois séculos, teve tempo para ser moda, para passar de moda, para ser distinto e popular, vinho de jovens e depois, de velhos.
Feito com Castelão, Trincadeira e Aragonês, está mais uma vez a renascer e reafirmar-se neste período em que Portugal vai percebendo a tolice da recente moda das castas ditas globais, Chardonnay, Sirah, Cabernet, etc., ideais para as potências vínicas emergentes mas que nada têm a dizer num universo riquíssimo e único como o das castas que fazem os vinhos portugueses.
O Periquita 2005, obra da mão sábia de Domingos Soares Franco, com 85% de Castelão e 7,5% das outras duas tem uma estrutura muito mais no estilo Periquita pré 1999 (quando era 100% Castelão, um dos primeiros monocasta portugueses).
Intenso de aroma, abre devagar, frutado e agradável. Na boca é bem firme, com uma acidez delicada, ainda jovem, bem estruturado e com um final simples mas persistente.
Apesar do peso de toda a tradição, o Periquita 2005 é bem o exemplo da pujança com que renasce a península de Setúbal no que respeita aos seus vinhos.
Nota:
Saliente-se a coragem com que a José Maria da Fonseca adoptou para este vinho centenário uma rolha reciclada que, nesta área tão cheia de purismos marialvas, ainda faz torcer muitos narizes. Mas esse é um assunto tão importante que será tema central de um post, daqui a uns dias.
Acho essa informação muito estranha porque só a partir de 2009 se começaram a reciclar rolhas de cortiça. E mais, as rolhas de cortiça não se podem transformar em novas rolhas, mas servem para áreas como a construção civil, a indústria automóvel, o design de moda, etc, etc. Logo não estou a ver como é que esse vinho tem rolha reciclada. Mais uma vez parece estar a falar do que não sabe e mais uma vez parece estar a aplicar rótulos.
ResponderEliminarCarla