Na verdade, se não fosse a Maria (Profmaria) de Angra do Heroísmo me ter perguntado pelas nossas cracas, eu nunca me teria atrevido (pura vergonha) a falar deste crustáceo estranho, mais aparentado com as percebes, uma maravilha que comi, a sério, uma vez na vida, no Faial, e de que, desde então, vou recordando o sabor através das minúsculas cracas aqui do continente.
Porque na verdade há muitas cracas por aí na nossa costa, milhões delas a cortarem os nossos pés descalços por essas praias fora. Não servem para mais nada!
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Quando apanho um montículo mais desenvolvido (o que, por aqui quer dizer uma envergadura máxima de 1cm!), lá a apanho para depois, em casa, armado de paciência de chinês, desmontar o "casulo" de pedra e retirar a parte branca comestível, uma bolita com alguns 3mm de diâmetro mas com todo o sabor poderoso das irmãs açoreanas que, benza-as Deus, são só para aí dez vezes maiores e comem-se cozidas em água do mar, em bidões, junto com a rocha a que estão agarradas.
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Estas férias encontrei cracas semi-decentes na costa galega e,
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apesar de não terem nada a ver, em tamanho, com as dos Açores, já não eram a miséria das portuguesas continentais.
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Para quem não conhece aqui ficam as imagens que fiz dessas galeguinhas boas, já com dois ou três centímetros e com as quais quebrei um longo e desesperante jejum.
Nota: Eu disse que as cracas mínimas do continente não serviam para nada além de cortar pés na praia, mas não é assim.
Se encontrar colónias com muitos indivíduos vivos (o que se vê pela presença do opérculo interno) pode usá-las cozendo-as demoradamente em água do mar e água doce ãã, obtendo um magnífico caldo, cor salmão, que será uma óptima base para os mais diversos pratos de peixe.
Oi
ResponderEliminarNão sabia que dava
pra comer.
Abraços...
Lúcia.
Eu adoro cracas... Aquele interior branco salgadinho e molinho... E o caldo? Eu bebo-o, para grande horror do pessoal à minha volta. :) No entanto, ao preço que está o bico, agora só as como "por graça", como petisco. Nas festas, cada biquinho custa 80 cêntimos ou coisa do género. Uma pedrinha com 5 ou 6 bicos custa quase 5 euros... E as das festas muitas vezes não cabem na cova de um dente. Na ilha das Flores, há um ano ou dois, apanhei umas enormes (apanhei nada, só dei apoio moral, que partir pedra debaixo de água não é para todos!). Nunca na vida tinha visto buracos daqueles, pareciam crateras. Foi também a única vez na vida que jantei cracas. Belos tempos! No Brasil (em Florianópolis, pelo menos) ninguém lhes liga. Ficam para ali. Ah, se eles soubessem..
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarmeu nome é Henrique Ramos e sou o sócio-gerente da empresa seaExpert, uma empresa sedeada no Faial e que actualmente está a desenvolver o inédito cultivo em termos mundiais de cracas dos Açores. Este post é mais para o informar que dentro de sensivelmente ano e meio teremos algumas tons de cracas para disponibilizar no mercado e teremos todo o gosto em partilhá-las com tão grande apreciador! Cumprimentos e boa sorte.
Henrique Ramos
Eu provei as cracas pela primeira vez no Verão do ano passado quando estive em S. Miguel e desde então esse sabor não me abandonou mais. Passei a reparar com mais atenção nas rochas do litoral continental e realmente verifiquei que por cá "moram" as "irmãs anãs" das belas cracas que comi nos Açores. Já agora aproveito para saudar a excelente iniciativa do projecto seaExpert e aproveito também para perguntar se, caso dê frutos, tencionam também enviar cracas para restaurantes do continente para poder apresentar os meus amigos e familiares às fabulosas cracas e ao seu sabor único.
ResponderEliminarAinda ontem comi cracas (e lapas também) :
ResponderEliminarCracas
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Restou
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Lapas
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Foi restando
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Restou
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E onde é que se podem comer aqui no continente,nomeadamente em Lisboa?
ResponderEliminarÉ já comi por duas vezes nos Açores e digo a toda a gente que é o melhor marisco do mundo e arredores.......