................ O rascasso (Scorpaena scrofa) é um dos peixes mais delicados que encontramos nos mercados tradicionais. Por ser um peixe das rochas, não pode ser pescado por artes de arrasto o que faz com que não haja por norma grandes quantidades de rascasso na banca e seja normalmente necessário ir cedo até ao mercado para conseguir comprá-lo. É vulgar trazer ainda o anzol com que foi pescado e, sendo peixe muito voraz, esse anzol está bem dentro, no estômago (cuidado com os dedos, ao amanhar!).
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De carne muito branca e firme, a fazer lembrar algo entre o salmonete e o tamboril, este peixe, que Juan Mari Arzak elegeu para o seu famoso pastel de krabarroka por ser "un pescado de sabor más pronunciado y bravío", presta-se a numerosas preparações culinárias, entre as quais escolho quase sempre assado no forno, hoje com o ventre recheado de ervas aromáticas.
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No sentido dos ponteiros do relógio, a partir das 7h: Aipo, Hortelã, Sálvia, Tomilho, Hortelã da Ribeira, Salsa e Poejos.
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Ingredientes (duas pessoas):
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1 Rascasso com cerca de 1,3 Kg
1 bouquet de ervas aromáticas a gosto
1 cebola grande
Sal, pimenta e pimentão doce
1,5 dl de azeite
1,5 dl de vinho branco
1 colher de sopa de massa de alho
Batatinhas e cenouras
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Preparação:
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Amanhe ou mande amanhar o rascasso, tendo o cuidado de deixar as duas barbatanas grandes peitorais, de modo a poder utilizá-las abertas para que o peixe se aguente na vertical.
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Retire as vísceras e o baço, que é um órgão vermelho escuro colado à espinha, rebentando-o com a ponta da faca e raspando com o dedo. Lave bem o interior, salgue com sal grosso e encha a cavidade com o ramo de aromáticas.
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Disponha o rascasso sobre rodelas de cebola, numa assadeira, apoiado nas barbatanas abertas de modo a ficar na vertical.
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Descasque e prepare batatas e cenoura em pedaços de tamanho apropriado e leve-as a fritar por alguns minutos em óleo ou azeite quente,
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devendo ficar a cocção incompleta. Escorra.
Envolva estas batatas e cenouras numa emulsão feita com o azeite, vinho branco, pimentão doce, massa de alho, sal e pimenta.
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Coloque os vegetais assim envolvidos à volta do rascasso e verta sobre o peixe a restante emulsão.
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Leve ao forno por cerca de 30 minutos (1,3 kg de peixe) a 170ºC,
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salpicando com vinho branco se necessário para que o molho não queime.
Sirva logo.
Nunca provei esse peixe... nem nunca vi... tenho pena pois parece ser delicioso. Na próxima ida ao mercado vou perguntar ao senhor que me costuma vender o peixe, se ele conhece.
ResponderEliminarAna
Adorei tudo neste prato, imagino o cheirinho maravilhoso que saiu desse tabuleiro! Gosto muito de rascasso pq gosto de peixes de carne mais rija e costumo faze-lo com ervilhas (tipo o tamboril com ervilhas, mas opto pelo rascasso pq é mais rijinho e para mim mais saboroso:) ). Bom fim de semana
ResponderEliminarAh Luís...!Quando visito teu blog, tenho um pouco de minha avó perto de mim outra vez. Ela era portuguesa, e a maioria dos teus pratos ela fazia para os netos. Beijos e obrigada.
ResponderEliminarO peixe é feio como os trovões... Nunca comi, mas acredito (pela tua descrição) que seja uma delícia.
ResponderEliminarIsto de ter nascido perto duma praia e não tratar os peixes por tu, é algo triste, mas nada que eu não queira resolver, afinal, caminante no hai camino, se hace camino al andar...
Finalmente, conheci o tal do rascasso... e, finalmente, uma solução bem ao meu gosto para o problema do peixe e batatas terem tempos diferentes... Ufa!
ResponderEliminarBeijinhos