Apesar da simplicidade patente na sua execução, talvez dos pratos de peixe mais elementares entre todos, o certo é que os "calamares" que é a maneira como os espanhóis designam as lulas e nós os anéis de lula albardada, são frequentemente fonte de dissabores nas nossas cozinhas, deixando-nos a suspirar pelos que se comem em qualquer ración ou bocadillo além fronteira.
Porque o êxito deste petisco tão apetecido no verão, como alibi para umas cervejas bem geladas, passa por uma técnica assente em passos bem definidos e simples, aqui fica a chave para excelentes "calamares":
Ingredientes:
Lulas frescas
Farinha
Ovo
Sal
Sumo de limão
Óleo para fritar
Preparação:
Amanhe as lulas mas não as esfole. Se usar lulas congeladas, cuide que não sejam as vulgarmente conhecidas por "tubos limpos" ou "anéis", que, na verdade, não servem para nada.
Parta cada lula em anéis com, no máximo, 1 cm de largura.
Leve um recipiente ao lume com água e sal. Quando ferver, apague o lume e despeje na água os anéis de lula. Espere uns segundos até ver os anéis passarem de translúcidos a branco opaco e escorra de imediato.
Bata uma clara de ovo para lhe diminuir a viscosidade e envolva nela os anéis de lula. Passe-os então por farinha e sacuda o excesso.
A partir deste momento não toque mais nos anéis a não ser com um instrumento agudo que lhe toque o menos possível. Eu uso para os calamares umas agulhas africanas que comprei há anos e não sei como se chamam ou para que foram feitas mas que desempenham na perfeição. Palitos compridos, espetos de espetada ou um arame, também servem, é claro.
Pegue então cada anel enfarinhado, passe-o pelo ovo e
frite-os ràpidamente, dos dois lados, em óleo bem quente.
Retire-os ao alourarem,
regue-os com sumo de limão, salpique com sal ou flor de sal e sirva-os sem demora, bem quentes.
FÉRIAS ! Estarei fora, nas minhas queridas terras ( e comidas) magrebinas, de amanhã, dia 4 até ao próximo dia 12 de Junho. Durante essas férias apenas publicarei aqui o post da 31ª Trilogia, na Quarta-Feira dia 8, que fica "agendado". Quem já experimentou escrever num teclado árabe, sabe o porquê desta pausa... :-)
E eu conheço bem estes calamares. até lhes dei o teu nome no Cozinha com a Anna... deliciosos e sem o problema de se descascarem na frigideira.
ResponderEliminarUma excelente semana para os dois!
Beijinhos.
Assertivo, como sempre. Boas férias.
ResponderEliminarUm abraço
Luisamigo
ResponderEliminarCom estes calamares hipnotizaste-me. Os ditos afilhados das lulas, a tortilla, a paella, os riñones al Jerez, os callos o pulpo a la gallega eu sei lá que mais - pelo-me por eles.
Abriste-me o apetite, eu que não como quase nada... Uns 127,8 quilitos bem pesados. Obrigadérrimo.
A minha mulher Raquel é... goesa. E eu, segundo eles, sou mais goês do que... eles. Do caril de camarão com quiabos, e os respectivos tocabocos até ao balchão de carne de porco é um vê-se-te-avias.
Boas férias no Magreb de Baixo جيد عطلة في المغرب العربي وحتى حولe... espero por ti na Travessa
Abç
PS - Roubo-te, mesmo sem autorização, a foto das iscas para ilustrar o testículo (com x) que publico sobre o Portuga que inventou o fígado artificial...