A entrada, no sentido de um primeiro prato da refeição composta por dois, é um conceito quase desconhecido na cozinha portuguesa, das famílias. Mesmo em ocasiões de cerimónia ou excecionais, coexistem dois pratos de importância idêntica, o de peixe e o de carne, mas o papel desse primeiro prato menos importante que abre a refeição é, entre nós, assumido pela sopa.
Sendo, também na minha cozinha de todos os dias, uma ilustre ausente, ao receber do Cupido o tema "Entradas" para esta 27ª Trilogia comigo e com a Ana, socorri-me de inspiração do sempre criativo João Batista da Costa Aguiar, o Senhor Prendado e, com algumas pequenas alterações à receita original (Canapés de Espinafre), se compuseram estes que, claramente demais para dois comensais, acabaram por entrar, seguir e acabar a refeição, que ficou por aqui, e bem!
Ingredientes:
Pão (usei "artisan" de meu fabrico)
Azeite
Alho
Sal e pimenta
Espinafres
Farinha de trigo
Sumo de limão
Ovos de codorniz
Salada fresca
Preparação:
Corte fatias finas de pão que tenha alguma consistência e, com o auxílio de um aro ou mesmo com tesoura, retire rodelas de miolo em número igual ao de canapés que quer montar.
Frite estas rodelas em azeite bem quente, dos dois lados, de modo a que fiquem bem fritas, pelo menos de um dos lados. Escorra bem em papel absorvente.
Esfregue rapidamente um dente de alho neste lado mais frito, aproveitando a rugosidade e dureza superficial do pão para desgastá-lo, impregnando assim o pão do seu sabor. Salpique com flor de sal e reserve.
Escalde em tacho sem tampa, rapidamente, folhas de espinafres e, mal amoleçam, retire-as e passe-as logo por água fria, para manterem o verde. Pique-as à faca e salteie-as num fundo de azeite com alho muito picado, sal e pimenta. Junte um pouco de farinha para ligar o esparregado e no fim sumo de limão. Reserve.
Estrele em azeite um ovo de codorniz por cada canapé e reserve.
Monte os canapés barrando cada rodela de pão com o esparregado de espinafre, ponha em cima de cada, um ovo de codorniz estrelado, tempere os ovos a seu gosto (usei flor de sal e pimenta)
e sirva com uma salada fresca a gosto (usei alface, tomate e rúcula, temperada com azeite e limão).
Cumprida esta 27ª Trilogia, que encerra o 9º Ciclo, está de novo nas mãos da Ana o rumo da 28ª, para a semana.
Que maravilha que devem ter ficado, adoro pão frito e com esses acompanhamentos ficou hummm...
ResponderEliminarbjos
Também em minha casa não há o hábito das entradas, somos pessoas que comemos em pouca quantidade. Estes canapés também a mim me serviram de refeição, gostei especialmente do pão frito. Vou experimentar e depois conto como correu.
ResponderEliminarAdoro o seu blog. É fantástico. Gosto de cozinhar mas recuso-me a usar alimentos pré preparados e congelados. O único congelado que entra na minha cozinha é mesmo camarão mas com casca. De preferência compro produtos biológicos e ao contrário do que dizem não são mais caros que os "normais". Se forem comprados nos mercados de rua ou em supermercados biológicos que já existem em Lisboa (são os que conheço), salvo algumas excepções, como é evidente. Nos hipermercados são realmente bastante mais caros.
ResponderEliminarDepois de ler o seu post sobre o Knorr fiquei a pensar qual seria a mais valia para um cozinhado de Inosinato dissódico, Guanilato dissódico, Caramelo de amónia, Galato de propilo, Butil-hidroxi-anisol só para mencionar alguns, já que a "enorme" percentagem de galinha não lhe deve dar grande gosto. Até me dá nauseas só de pensar. O que é certo é que tem adeptos. Acho que com a desculpa da falta de tempo há quem coma toda a mixórdia que se vende.
Eu quando tenho pouco tempo ou já é tarde faço uma comida mais simples ou então espero mais um pouco e como quando estiver pronto. Como diria a minha avó "mais vale pão com dentes" (desde que seja pão, claro e não o que para aí se vende com esse nome).
Muitas vezes quando converso com colegas vejo que me olham como "bicho raro", isso de saber fazer bechamel ou não usar espinafre, esparregado ou puré de batata congelados é-lhes estranho.
Há realmente pessoas que não têm aptidões culinárias mas os caldos knorr também não lhes vão acrescentar mais-valias aos cozinhados.
Quanto aos chefs de tv's defensores dos ditos caldos e outros produtos duvidosos acho que o fazem porque lhes pagam bem. A pergunta que sempre se me põe é se nos seus restaurantes também os usam. Depois de os ver perdi a vontade de experimentar os seus cozinhados não vá o diabo tecê-las e sair-me no prato algum Galato de propilo ou Butil-hidroxi-anisol.
Obrigado pelo seu magnifico blog e continue a brindar-nos com a sua sabedoria.
Não bastava o meu post ter desaparecido nas goelas do blogger, desapareceram também os meus comentários trilógicos...
ResponderEliminarFicaram lindos os teus canapés, a mostrar que simples não é sinónimo de banal.
Se os apanhasse também os comia a todos!!! lol!!!!
Beijinhos.
Do chouriço assado à mais requintada entrada, este tema dava para tudo e creio que nos portámos muito bem. E para a semana já iniciamos a décima ronda...
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