Nos oito anos que o Outras Comidas já leva, publiquei aqui
vinte e uma receitas de bolos e afins. Se tivermos em conta que todas as
receitas são já perto de oitocentas, fica bem visível a importância que dedico
a estes preparados na minha cozinha, onde são realmente raros. E até sou bem
guloso, mas a habilidade e o saber foram-se sempre desviando para outros
condutos onde podia ser mais criativo e a verdade é que não sinto em relação a
bolos o mesmo à-vontade e até prazer com que vivo o resto da experiência da cozinha.
Mas hoje fica aqui este bolo, que
não é nenhuma novidade, sendo até aquilo a que se chama bolo-da-moda, com a
receita a circular por revistas, jornais, programas de televisão daqueles
conhecidos por "mata-neurónios", de mão em mão, etc.
Chamou-me a atenção pela
composição, algo estranha e fora do processo tradicional da maioria dos bolos,
mas a razão porque aqui fica é, no entanto, a mais poderosa das razões: apesar de
ser “da moda”, este Bolo de Dióspiro e Nozes é bom, muito bom mesmo!
Ingredientes:
450g de polpa de dióspiro
1 c. chá de bicarbonato de sódio
100g de manteiga
250g de açúcar amarelo
1 ovo
300g de farinha
2 c. chá de fermento químico
1 c. chá de canela moída
½ c. chá de noz moscada
100g de miolo de noz
Raspa de uma laranja
Açúcar em pó (para cobrir)
Preparação:
Liquefaça a polpa do dióspiro (da
variedade mole)
com o bicarbonato e reserve. Bata bem a manteiga com o açúcar,junte-lhes a polpa de dióspiro (que entretanto se transformou numa espécie de gelatina firme)
e o ovo.
Misture a farinha, fermento,
canela e noz-moscada, peneire e junte ao preparado, mexendo sempre até obter
uma massa uniforme. Junte por fim a raspa de laranja e as nozes partidas à
faca, misture e leve ao forno a 180ºC, numa forma de bolo inglês untada e
enfarinhada ou simplesmente forrada com papel vegetal,
durante cerca de 40-50
minutos ou até estar cozido.
Como todos os bolos baseados em
polpas de frutos, melhora muito com o passar do tempo, ficando, em vez de
endurecer, cada vez mais húmido e “pecaminoso”.
Nota:
Este bolo é francamente melhor no
dia seguinte. Só ganhará em fazê-lo de véspera ou mesmo dois ou três dias antes
de consumir.
Para quem não goste de dióspiro,
nada receie, pois a sua presença é indetectável no bolo pronto.
addoorroo dióspiro e dos nossos bem molengos pra não deixar a boca áspera, mas não sou fã de bolos...ainda assim vou experimentar a fazê-lo para as sobrinhas que apesar dos cupcakes e bolos mega decorados da moda, o que mais gostam é dos bolos á antiga da avó :)
ResponderEliminarSr. Luís: se algum dia se encontrar nos lados do barlavento algarvio, não perca o mercado da reforma agrária em Lagos que se realiza todos os sábados (perto da estação de autocarros da EVA)! contêm só produtos de agricultores locais, sempre sazonais e a preço justo! é de lá que vem a minha fruta da época e esta semana tem sido dióspiros a semana toda. Obrigada por mais um maravilhoso post.
Sr. Chefe Luís
ResponderEliminarTambém eu não me sinto nada a vontade com a pastelaria,todas as receitas que tenho feito seguindo criteriosamente sempre as receitas do "chefe" e que saudades das trilogias gastronómicas...
Vou experimentar no sábado este bolo de fruto de eleição da minha sra.
Obrigado pela receita.
Assim como a Vera do comentário anterior também vou comprar frutas e legumes ao mercado da reforma agrária em Lagos. É típico embora aja vendedores que não são podutores. Mas agora compram-se os melhores diospiros, romãs, tangeras, tangerinas como não se encontram nas grandes superfícies. E os milhos aferventados para fazer com feijão...são do melhor. Convde-o a passar por cá. Cumprimentos
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