quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Bolo de Dióspiro com Nozes


       
         Nos oito anos que o Outras Comidas já leva, publiquei aqui vinte e uma receitas de bolos e afins. Se tivermos em conta que todas as receitas são já perto de oitocentas, fica bem visível a importância que dedico a estes preparados na minha cozinha, onde são realmente raros. E até sou bem guloso, mas a habilidade e o saber foram-se sempre desviando para outros condutos onde podia ser mais criativo e a verdade é que não sinto em relação a bolos o mesmo à-vontade e até prazer com que vivo o resto da experiência da cozinha.
Mas hoje fica aqui este bolo, que não é nenhuma novidade, sendo até aquilo a que se chama bolo-da-moda, com a receita a circular por revistas, jornais, programas de televisão daqueles conhecidos por "mata-neurónios", de mão em mão, etc. 
Chamou-me a atenção pela composição, algo estranha e fora do processo tradicional da maioria dos bolos, mas a razão porque aqui fica é, no entanto, a mais poderosa das razões: apesar de ser “da moda”, este Bolo de Dióspiro e Nozes é bom, muito bom mesmo!

Ingredientes:

450g de polpa de dióspiro
1 c. chá de bicarbonato de sódio
100g de manteiga
250g de açúcar amarelo
1 ovo
300g de farinha
2 c. chá de fermento químico
1 c. chá de canela moída
½ c. chá de noz moscada
100g de miolo de noz
Raspa de uma laranja
Açúcar em pó (para cobrir)

Preparação:

Liquefaça a polpa do dióspiro (da variedade mole)
com o bicarbonato e reserve. Bata bem a manteiga com o açúcar,
junte-lhes a polpa de dióspiro (que entretanto se transformou numa espécie de gelatina firme)
e o ovo.
Misture a farinha, fermento, canela e noz-moscada, peneire e junte ao preparado, mexendo sempre até obter uma massa uniforme. Junte por fim a raspa de laranja e as nozes partidas à faca, misture e leve ao forno a 180ºC, numa forma de bolo inglês untada e enfarinhada ou simplesmente forrada com papel vegetal,
durante cerca de 40-50 minutos ou até estar cozido.
Como todos os bolos baseados em polpas de frutos, melhora muito com o passar do tempo, ficando, em vez de endurecer, cada vez mais húmido e “pecaminoso”.


Nota:
Este bolo é francamente melhor no dia seguinte. Só ganhará em fazê-lo de véspera ou mesmo dois ou três dias antes de consumir.
Para quem não goste de dióspiro, nada receie, pois a sua presença é indetectável no bolo pronto.


4 comentários:

  1. addoorroo dióspiro e dos nossos bem molengos pra não deixar a boca áspera, mas não sou fã de bolos...ainda assim vou experimentar a fazê-lo para as sobrinhas que apesar dos cupcakes e bolos mega decorados da moda, o que mais gostam é dos bolos á antiga da avó :)
    Sr. Luís: se algum dia se encontrar nos lados do barlavento algarvio, não perca o mercado da reforma agrária em Lagos que se realiza todos os sábados (perto da estação de autocarros da EVA)! contêm só produtos de agricultores locais, sempre sazonais e a preço justo! é de lá que vem a minha fruta da época e esta semana tem sido dióspiros a semana toda. Obrigada por mais um maravilhoso post.

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  2. Sr. Chefe Luís
    Também eu não me sinto nada a vontade com a pastelaria,todas as receitas que tenho feito seguindo criteriosamente sempre as receitas do "chefe" e que saudades das trilogias gastronómicas...
    Vou experimentar no sábado este bolo de fruto de eleição da minha sra.
    Obrigado pela receita.

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  3. Assim como a Vera do comentário anterior também vou comprar frutas e legumes ao mercado da reforma agrária em Lagos. É típico embora aja vendedores que não são podutores. Mas agora compram-se os melhores diospiros, romãs, tangeras, tangerinas como não se encontram nas grandes superfícies. E os milhos aferventados para fazer com feijão...são do melhor. Convde-o a passar por cá. Cumprimentos

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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