A Beldroega tem contra si o insolúvel problema de ter uma personalidade forte e irredutível. De facto, apesar de até existirem pacotinhos com a semente, à venda, qualquer um que tenha uma horta ou quintal cultivado, sabe que a Beldroega nasce e cresce, literalmente, quando e onde quer. Acontece no começo do Verão e é tenra e comestível até gerar as “sementes”, nome por que são conhecidos os botões florais duros e densos que aparecem lá mais para a frente e que darão origem à verdadeira semente que ficará na terra à espera da nova estação quente.
Crescendo junto ao solo, no meio de outras culturas, ou na cidade por entre as pedras de calçada dos passeios, a Beldroega estende rapidamente os tenríssimos talos vermelhos e as características folhas carnudas, sendo impiedosamente arrancada como daninha e raramente chegando aos mercados.
Pelo Alentejo já se vai vendo aparecer, timidamente, em alguns mercados e feiras pois, aqui, faz-se com ela um prato tradicional, esta Sopa de Beldroegas com Queijo, que tem sido fixada em inúmeras versões. Só na pequena aldeia onde vivo já encontrei, pelo menos, quatro versões para este prato e, por esse Alentejo há muitas mais.
Como sabem deste meu gosto pela Portulaca olearacea, L., os vizinhos agricultores presenteiam-me com verdadeiras carradas desta “erva” e eu não me faço rogado. Em salada crua, sopas, esparregados, recheios, a Beldroega suplanta facilmente as ervas da moda, canónigos, rúculas, etc.
E é mesmo brava! E grátis!
Ingredientes (sopa-refeição para 2 pessoas):
1 molho grande de Beldroegas
2 cabeças de alho, inteiras
1 cebola grande
1 dl de azeite virgem
2 batatas
2 ovos
2 queijos frescos de ovelha
Pão de 2ª, duro
Sal
Preparação:
Arranje as beldroegas, separando as folhas maiores dos talos mais rijos e aproveitando as pontas mais tenras assim mesmo, talos com as folhas. Lave bem, escorra e reserve.
Tire as cascas brancas que envolvem os alhos de modo a deixá-los no sítio mas descobertos, isto é, com a sua casca roxa à vista.
Ponha o azeite ao lume médio numa panela e frite devagar estas cabeças inteiras, virando-as para ficarem cozinhadas por igual. Vigie constantemente para não deixar queimar, retire-as e reserve-as.
Introduza então nesse azeite a cebola cortada em rodelas finas e deixe refogar até começarem a alourar, altura em que introduz as batatas cortadas em cunhas, tempere com sal, tape e deixe cozinhar com lume baixo.
Quando as batatas estiverem quase cozidas, o que se sabe quando a parte mais fina da cunha começa a desfazer-se, ponha então as beldroegas, levante o lume, envolva tudo e cubra com cerca 1,5 l de água. Volte a pôr as cabeças de alho na panela, prove e rectifique o sal, tape e deixe a fervinhar por 10 minutos.
Escalfe os ovos num tachinho com água, sal e uma colher de sopa de vinagre, deitando-os com todo o cuidado na água a ferver mas fora do lume e deixando-os nesta água quente. Apague o lume da panela grande e ponha lá dentro os queijinhos frescos cortados ao meio e os ovos escalfados.
Corte pão duro de 2ª ou, melhor, pão regional alentejano, em “falhas”, para uma terrina, retire para uma travessa as beldroegas, os ovos, o queijo e as cabeças de alho e vaze o caldo sobre o pão. Sirva de imediato em prato de sopa, misturando de novo, no prato, os conteúdos da travessa e da terrina.
Nota:
Usa-se muitas vezes o queijo de ovelha curado, duro, ou queijo de cabra curado, ou queijos “fervidos”, em vez do queijo fresco. Outros, não põe queijo e sim mais ovos. Outros ainda, não fritam o alhos nem usam cebola, refogando directamente as beldroegas no azeite. Tenho experimentado diversas versões nestes últimos anos e esta que apresento, que é quase a da Cozinha Tradicional Portuguesa, é, de longe, aquela que mais me satisfaz.
Crescendo junto ao solo, no meio de outras culturas, ou na cidade por entre as pedras de calçada dos passeios, a Beldroega estende rapidamente os tenríssimos talos vermelhos e as características folhas carnudas, sendo impiedosamente arrancada como daninha e raramente chegando aos mercados.
Pelo Alentejo já se vai vendo aparecer, timidamente, em alguns mercados e feiras pois, aqui, faz-se com ela um prato tradicional, esta Sopa de Beldroegas com Queijo, que tem sido fixada em inúmeras versões. Só na pequena aldeia onde vivo já encontrei, pelo menos, quatro versões para este prato e, por esse Alentejo há muitas mais.
Como sabem deste meu gosto pela Portulaca olearacea, L., os vizinhos agricultores presenteiam-me com verdadeiras carradas desta “erva” e eu não me faço rogado. Em salada crua, sopas, esparregados, recheios, a Beldroega suplanta facilmente as ervas da moda, canónigos, rúculas, etc.
E é mesmo brava! E grátis!
Ingredientes (sopa-refeição para 2 pessoas):
1 molho grande de Beldroegas
2 cabeças de alho, inteiras
1 cebola grande
1 dl de azeite virgem
2 batatas
2 ovos
2 queijos frescos de ovelha
Pão de 2ª, duro
Sal
Preparação:
Arranje as beldroegas, separando as folhas maiores dos talos mais rijos e aproveitando as pontas mais tenras assim mesmo, talos com as folhas. Lave bem, escorra e reserve.
Tire as cascas brancas que envolvem os alhos de modo a deixá-los no sítio mas descobertos, isto é, com a sua casca roxa à vista.
Ponha o azeite ao lume médio numa panela e frite devagar estas cabeças inteiras, virando-as para ficarem cozinhadas por igual. Vigie constantemente para não deixar queimar, retire-as e reserve-as.
Introduza então nesse azeite a cebola cortada em rodelas finas e deixe refogar até começarem a alourar, altura em que introduz as batatas cortadas em cunhas, tempere com sal, tape e deixe cozinhar com lume baixo.
Quando as batatas estiverem quase cozidas, o que se sabe quando a parte mais fina da cunha começa a desfazer-se, ponha então as beldroegas, levante o lume, envolva tudo e cubra com cerca 1,5 l de água. Volte a pôr as cabeças de alho na panela, prove e rectifique o sal, tape e deixe a fervinhar por 10 minutos.
Escalfe os ovos num tachinho com água, sal e uma colher de sopa de vinagre, deitando-os com todo o cuidado na água a ferver mas fora do lume e deixando-os nesta água quente. Apague o lume da panela grande e ponha lá dentro os queijinhos frescos cortados ao meio e os ovos escalfados.
Corte pão duro de 2ª ou, melhor, pão regional alentejano, em “falhas”, para uma terrina, retire para uma travessa as beldroegas, os ovos, o queijo e as cabeças de alho e vaze o caldo sobre o pão. Sirva de imediato em prato de sopa, misturando de novo, no prato, os conteúdos da travessa e da terrina.
Nota:
Usa-se muitas vezes o queijo de ovelha curado, duro, ou queijo de cabra curado, ou queijos “fervidos”, em vez do queijo fresco. Outros, não põe queijo e sim mais ovos. Outros ainda, não fritam o alhos nem usam cebola, refogando directamente as beldroegas no azeite. Tenho experimentado diversas versões nestes últimos anos e esta que apresento, que é quase a da Cozinha Tradicional Portuguesa, é, de longe, aquela que mais me satisfaz.
A minha sogra - que vive em Melides - costuma fazer essa sopa. Até é boa, mas as beldroegas fazem-me mal... :-(
ResponderEliminarAbraço.
Já percebi tudo - não percebo nada de beldroegas!
ResponderEliminarQuando voltar ao Alentejo, hei-de esperimentar esta sopinha com queijo, pelo menos do queijo sei que gosto,lol!
Beijinho e bom Sto. António.
a terrina onde está a sopa é linda.
ResponderEliminarque rica sopinha.já me falaram desta sopinha realmente tem muito bom aspecto......bom fim de semana
ResponderEliminarAntes de mais os meus parabéns pelos seus blogues. Esta sopa é um dos meus pratos preferidos, já a minha bisavó a fazia. Mas geralmente substituo as beldroegas por espinafres.
ResponderEliminarDe toda a gastronomia portuguesa, este é o meu prato favorito. Excelente post !!
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