quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Frango à la Carte
Este vídeo foi o vencedor do certame e merece ser visto, menos com os olhos e mais com o coração!
http://www.youtube.com/watch?v=993rZrfLBjg
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Rabadilha Confitada
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
EARTH WATER - You Never Drink Alone!
A nível nacional, a Earth Water é um projecto que conta com a colaboração da Tetra Pak, do Continente, da Central Cervejas e Bebidas, da MSTF Partners, do Grupo GCI e da Fundação Luís Figo.
Com o preço de venda ao público (PVP) de 59 cêntimos, a Earth Water, «A água que vale água», oferece 100% dos seus lucros mundiais ao programa de ajuda de água da ACNUR».
Ao desenvolver o conceito "You Never Drink Alone" pretende-se criar a noção de que só uma atitude solidária poderá minorar essa catástrofe que é, já hoje, a falta de água mundial.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
"O" BOLO DE PÊRO
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Na realidade não me move nenhuma especial pena pelo sofrimento do bicho toureado, que eu até como em pedaços a que chamo lombo ou acém ou picanha e, digam o que disserem, só quem não viu um matadouro é que pode acreditar nessas patetices da morte sem sofrimento. Custam-me mais as alegrias boçais dos meus semelhantes ao assistirem sentados à tauromáquica função!
Mas claro que este não é o espaço nem o tempo de entrar neste tipo de tertúlia, até porque tertúlia gastronómica, que eu conheça, só há a dos Sabores, da Moira, e se me lembrei dos touros foi porque foi de lá que saiu "O" Bolo de Maçã.
Eu sou do Sul e além de não gostar de touradas, também não gosto de chamar "maçãs" aos "pêros".
Lá para cima chamam maçã a tudo o que é pomo, seguem a moda inglesa que só tem "apple" no léxico, mas se por aqui há duas palavras para dois tipos bem diferentes de fruto, não se percebe porque se há-de generalizar; é como chamar linguado a uma solha...
Este bolo de pêro que hoje aqui trago não é o bolo de maçã da avó da Moira; são parecidos mas nem isso é importante. O que realmente importa é que ela me indicou caminhos quando decidiu fazer alterações, e muitas, à sua receita original.
Eu, que em matéria de bolos ando ali muito direitinho e mesmo assim, sabe-se, fiquei atónito quando vi coisas como "uma chávena - achei muito, usei meia!" e aquilo a sair tudo perfeito no fim!!! Então não é nos bolos que não se pode "inventar"?
Decidi "mexer" no velho bolo de pêro, bolo que eu sempre achei "excessivo", quer em doçura, quer em gordura (e Deus sabe quantos quilos tenho A MAIS) e, mais ou menos com as proporções do da avó da Moira, não é que resultou em cheio e fez um bolo realmente inesquecível?
Ingredientes:
4 Ovos
2 chávenas de farinha com fermento
1,5 Chávenas de Açúcar amarelo (eram 2 de branco)
0,5 chávena de Azeite (era 1 de óleo)
2 chávenas bem cheias de pêro cortado em aparas
1 colher de chá de Canela em pó
1 pitada de sal
Preparação:
Batem-se bem todos os ingredientes, excepto a fruta.
Junta-se por fim o pêro em lâminas, envolve-se e vai a cozer em forno médio, em forma untada, até estar cozido (palito etc.), o que demora entre 45m e 1 hora.
Cobre-se a forma com papel de alumínio para que não queime por cima; quando estiver cozido, tire a protecção e deixe corar à sua vontade.
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É delicioso morno. No entanto, se conseguir esperar para o dia seguinte, deixa de ser "Um" bolo de pêro para passar a ser "O" Bolo de Pêro.
Nota:
A escolha do azeite em vez de óleo foi a pedra de toque para o sabor "caseiro", mediterrânico, português que este bolo passou a ter.
SOS Oceano verso
Por vezes pensamos nos grandes feitos em prol da ecologia e do ambiente como algo que está fora do alcance de gente comum, mas na realidade, nada é tão importante na prática, como a nossa atitude de dia-a-dia, os gestos comezinhos que nem notamos, os pequenos gastos, poupanças, desperdícios, opções culinárias e gastronómicas, aquilo que faz a real diferença!
Nota: A frente e o verso estão em posts diferentes por questões técnicas de edição do Blogger. Assim, se clicar sobre cada imagem, obterá uma imagem de dimensão grande e boa qualidade para impressão. Este cartão destina-se a andar connosco e a ser consultado, pelo que é dobrável em 4 partes para comodidade de transporte.
Agradecimentos ao Oceanáro de Lisboa, particularmente a Sara Granchinho, que facultou o material gráfico que aqui se publica.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Desafio !
Este autocarro acabou de recolher mais uma criança e vai arrancar dentro de segundos. Será que arranca para a ESQUERDA ou para a DIREITA?
Esperam-se respostas justificadas, é claro, que isto não é o Euromilhões.
(...o que é mais engraçado é que 90% das crianças do 1ºCiclo, sabem logo a resposta! Ou seja, não vale ir perguntar aos filhotes de 5 ou 6 anos, nem espreitar os comentários de quem já respondeu.)
E nisto de comer e cozinhar bem, também entra, e muito, a inteligência, não é?
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Tajine de Cherne com Frutos do Deserto
( No IKEA há umas tajineiras engraçadas mas são a 49.80€ e eu não dou 10contos por um tacho)
Posso garantir que, na boca, não se nota a diferença.
Ingredientes (6 pessoas):
1 Kg de Cherne* limpo (ou outro peixe de carne dura)
3 Cebolas Rôxas
3 Cenouras médias
6 Batatas médias
2 Pimentos verdes
1 Pimento vermelho
1 Beringela
1 cabeça de Alhos
1 molho de Coentros
Sal
Óleo de Girassol (1/2 chávena)
3 Malaguetas
Figos brancos secos
Tãmaras curtas do deserto
Passas de uva
Ras-el-Hanout**
Curcuma em pó
Açafrão verdadeiro
Preparação:
Limpe o peixe de espinhas e peles e deixe em bocados grandes dentro de água por 1 hora para perder todo o sangue. Tempere com sal e Ras-el-Hanout** e reserve.
Disponha no fundo do tacho uma camada de cebola cortada grosseiramente, depois o pimento verde às tiras, os alhos e a cenoura em troços, o peixe, as passas, o açafrão e o pimento vermelho. À medida que vai pondo os ingredientes, vai salpicando com os temperos em pó.
Cubra com uma camada de batatas às rodelas e, sobre elas, os coentros. Disponha então tiras de beringela, figos, tâmaras sem caroço e, no meu caso, usei para decoração apenas, alguns Pimientos de Colgar frescos.
Salpique de sal, junte água*** e o óleo e leve tapado a lume muito brando durante 1,5-2 horas.
Sirva assim ou, gostando, com um couscous branco.
Notas:
*- Peixe que não figura na lista de peixes a evitar mas que, infelizmente, se tem muitas vezes que evitar pelo preço proibitivo.
**- O Ras-El-Hanout é uma mistura de especiarias (entre 35 e 50!) muito comum no Magreb mas de difícil aquisição em Portugal. Pode ser substituído por uma mistura de 3partes de Gengibre em pó, 3 partes de Açafrão da India (Cúrcuma), 3 partes de Paprika doce, 2 partes de coentro em pó,1 parte de Paprika picante (piri-piri), 1 parte de Cominhos, 1 parte de Pimenta Preta, 1 parte de Canela em pó, 1 parte de Cravo e um pouco de cardamomo preto.
***- Existe actualmente uma tendência para indicar o uso de fumets e court-bouillons como líquido para as tajines. Estas parvoíces são completamente estranhas à cozinha do norte de África e resultam da aplicação dos "tiques" culinários dos tais "Chefs" de que vos tenho falado...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
AÇORES - o atum sustentável ou a grande fraude?
"O atum e o bonito de Santa Catarina, da fábrica homónima situada na ilha de São Jorge, nos Açores, é pescado à linha e como tal sustentável. Para além de ser um dos melhores atuns enlatados do país...Encontra-se à venda nos supermercados do continente."
Este comentário, que IGY enviou no último post sobre ceviche, encheu-me naturalmente de alegria. É bom vermos que, afinal, nem tudo é negro.
Pena que, normalmente, nestas áreas as alegrias são breves. E foi!
Infelizmente, a realidade é bem outra: A Santa Catarina fechou há um ano por falta de atum, recebeu subsídio do Governo (Portaria n.º 414/2005 de 27 de Setembro ) para estabelecer uma fábrica em S. Tomé e Príncipe de modo a explorar as espécies locais aparentadas (atum fulo-fulo), passou a trabalhar com atum importado de Espanha, pescado onde os espanhóis o forem comprar, no Atlântico não será por certo, e estabeleceu acordos com a COFACO (Atum Bom Petisco) para lhe fornecer matéria-prima das suas importações e capturas africanas.
A Cofaco (Bom Petisco), tem um marketing poderoso e ostenta para o grande público uma fachada de inocência e consciência ambiental cheia de "certificações" e "amizades ao oceano", dizendo que o atum é pescado artesanalmente no mar dos Açores, etc. embora na verdade faça estas aquisições através de terceiros (a Santa Catarina) pois a verdade é que já não há atum em quantidade credível nos Açores.
Para que não fiquem dúvidas ficam aqui os links:
http://videos.sapo.pt/TaVIWvQTQO1e7DFZz65w
http://ww1.rtp.pt/acores/?article=9752&visual=3&layout=10&tm=5
http://www.azoresglobal.com/canais/noticias/noticia.php?id=790
http://www.bompetisco.pt/ecologicalConcern.html
Sendo 70 por cento do peixe comercializado em Portugal vendido nas grandes superfícies, a sua capacidade para influenciar o modo como a indústria de pesca opera é crucial para a salvaguarda sustentável, quer das espécies, quer das pescas.
Os supermercados deveriam retirar das prateleiras espécies cuja captura (no caso do peixe selvagem) ou cultivo (no caso do peixe de viveiro) tenha um impacto negativo no ecossistema marinho e avaliar se as espécies que vendem são provenientes de stocks que estão gravemente ameaçados.
Entre estas contam-se algumas das mais vendidas em Portugal, como o bacalhau do Atlântico, o atum, o linguado, o peixe espada branco, salmão, tamboril e várias espécies de pescada e camarões.
Portugal, enquanto um dos maiores consumidores mundiais de peixe per capita, pode desempenhar um importante papel na defesa da sustentabilidade da pesca e dos oceanos.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Ceviches sustentáveis
Sumo de 2 ou 3 Limões
Vinagre de vinho (facultativo)
Pimento Vermelho
Malaguetas frescas, sem sementes
Dentes de Alho
Pimenta preta em grão
Salsa
Louro
Sal
1,5dl de Azeite Virgem, Extra
Escorra bem da marinada e ponha-os então em azeite , bem imersas, durante um mínimo de 2 dias antes do consumo, à temperatura ambiente.
Sirva como aperitivo, entrada ou prato. Eu acompanho com batata cozida, cebola crua, salada, tudo regado com o azeite onde o peixe estagiou.
Estou agora a consumir ceviche que fiz em Novembro de 2008!
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
MENOS CARNE - MAIS ÁGUA
Se hoje o faço, ainda que levemente, é porque um tratamento oriundo da área yogue é um suporte indiscutível para o que a seguir, gastronomicamente, se propõe.
O 'shanka prakshálana' é uma formidável técnica de desintoxicação e purificação, que consiste em fazer uma lavagem completa do tubo digestivo.
E que resíduos!
Juntamente com a água de lavagem evacuada são eliminados, literalmente, quilos de uma imundície negra, pútrida e pegajosa que revestia o interior do nosso tubo digestivo.
É geramente aceite que as necessidades de proteína de origem animal para um adulto normal rondam os 60g diários, ou seja, 30g por refeição.
Basta uma volta pelas nossas receitas para se ver que consumimos qualquer coisa como 7 a 8 vezes aquilo de que realmente necessitamos.
A produção intensiva de carne a nível global é um dos piores pesadelos ambientais com que a Humanidade hoje se depara: Desflorestação, consumo de cereais, emissões de CO2 e de metano, poluição hídrica de superfície, contaminação de aquíferos, redução de habitats selvagens e, por último mas talvez o principal, o desmesurado consumo de água doce, o bem cada vez mais escasso do planeta neste sec. XXI.
No topo do consumo de água figura a carne bovina, responsável por 15.000litros por quilo!!!
Se pensarmos que um quilo de arroz consome 1500 litros e de trigo 170litros, pode avaliar-se o impacto de qualquer diferença no consumo de carne à nossa mesa.
Um BigMac consome a água de 17 duches e é responsável pela destruição de 50m2 de floresta amazónica...
Se, com a carne de um "belo" bife de 250g der de comer a toda a família de cinco pessoas, poupa ao planeta 15.000 litros de água, poupa 8 € à sua carteira, poupa nas doenças cardiovasculares, enfim, ficamos todos a ganhar.
Uma cozinha simultaneamente do agrado ao paladar, saudável, económica e amiga do ambiente será tema para algumas das receitas que se seguem aqui, no Outras Comidas.
Nota (vegan):