terça-feira, 13 de outubro de 2009

AMARELO DE CARNE


Havia dois "amarelos" na cozinha da minha juventude: o de carne e o de bacalhau. Falei-vos de ambos há muito, logo nos primeiros tempos do Comidas Caseiras e desde então nunca mais fiz o de bacalhau, uma variação muito elaborada do jigote, inventada pela minha avó para satisfazer a esquisitice do meu pai em relação à cebola. É um prato com uma execução tremenda em tempo e dedicação, um dia ganho coragem e faço-o para mostrar aqui e para regalo de quem tiver a sorte de prová-lo.
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Já o amarelo de carne que aqui vos trago é um prato simples mas subtil, como todos os pratos que só admitem o mono-tempêro e que, consoante a execução, pode resultar qualquer coisa entre uma omoleta de restos de carne e uma refeição inesquecível, com uma sensualidade grandiosa que não pode mesmo ser descrita, só provada.
A receita que se segue não admite qualquer desvio ou "criatividade" (quem me conhece sabe que eu já experimentei e sei do que falo).

Ingredientes (para 3 pessoas):
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250g Carne cozida magra (vaca ou porco)
6 Ovos
Pimenta (neste caso, comprada já moída, preta)
Sal
2 colheres de sopa Banha de porco
0,5 kg Batatas
Óleo para fritar
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Preparação:
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Desfie a carne com os dedos, formando "pauzinhos" da grossura de uma palhinha fina de beber e com alguns, poucos, centímetros de comprimeno. Deve usar-se carne que deixe desfiar bem, empregando apenas os dedos, como a carne da aba ou do peito, no caso da vaca, e a maioria da carne magra de porco.
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Tempere com pimenta moída com alguma prodigalidade e reserve.
Derreta a banha numa frigideira e frite a carne em lume forte, virando sempre até que ela perca a cor acinzentada e tome um tom acastanhado, mas sem esturricar.
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Retire do lume enquanto bate os ovos com uma pitada de sal.
Quando os ovos estiverem batidos, ponha de novo a frigideira ao lume e junte os ovos, envolvendo a carne
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Deixe fritar sem mexer muito, voltando apenas quando vir que a parte junto à frigideira já está bem frita, de modo a formar bocados consistentes de ovo com carne.
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Se necessário, no fim da fritura, quando já não houver nenhum ovo líquido, se os bocados estiverem muito grandes, pode partir um pouco com a colher de pau de modo a ficarem de tamanho que permita comer sem necesidade de cortar no prato.
Acompanhe com batata frita palha feita em casa, estaladiças por fora mas não duras por dentro. ( eu sei, dá muito trabalho, mas as de pacote não são solução).
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Uma salada de tomate ou de alface equilibra esta refeição, mas deve ser servida em prato ao lado, para evitar as escorrências entre alimentos.
Este prato permite diminuir o consumo de carne para menos de 100g por pessoa, com os ganhos ambientais inerentes.

6 comentários:

  1. Gostei desta receita, nem nunca tinha visto nada parecido. Realmente nao se gasta tanta carne, mas ganha-se mais colesterol, lol!

    Jocas

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  2. Conhecia a receita com bacalhau! Agora vou seguir a sugestão e experimentar com carne!

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  3. hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

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  4. (comentário genérico, repetido mas merecido)
    Às vezes a tecnologia irrita-me, de tão omnipresente e, muitas vezes, tão absorvente. No entanto, o facto de dar oportunidade a muitos (eu sou um deles) de beneficiar das capacidades e vontades de alguns (o caso do autor do blogue), já me amacia a irritação. Pois o seu blogue é um manancial de informação útil e sábia. Vai ficar ali mesmo à mão, para consulta rotineira. Bem-haja!
    Victor

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  5. Existe um prato chamado "amarelo de carne" que eu como com gosto há mais de sessenta anos e que difere desta receita apenas nas batatas que são fritas às rodelas finas e de forma a não ficarem crocantes e que se misturam na frigideira à carne e aos ovos batidos. É um prato desde sempre emblemático do refeitório do Colégio Militar e não existe "Menino da Luz" que não o adore! Àh, e a carne é de vaca, e de peça onde se tirem bem os fios.

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  6. Fazia parte do menu do refeitório do Instituto de Odivelas, o célebre “Amarelo”!!

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