Caril é uma palavra oriunda do tamil kira que significa simplesmente molho.
Não existe qualquer composição certa para essa mistura de especiarias e condimentos que pode variar entre meia dúzia e algumas dezenas, sendo normal que na Índia cada família tenha a sua própria fórmula, por vezes secreta e o caril seja preparado no momento da confeção do prato e de acordo com ele.
Normalmente, por uma questão de comodidade (e de ignorância também) uso caril comprado já misturado variando apenas a marca conforme quero um resultado mais aromático ou mais picante, sendo que neste capítulo só vou até ao "médium hot" e mesmo assim só em ocasiões muito específicas.
Mas desta vez em que o tema para esta 39ª Trilogia, proposta do Cupido para eu e a Ana acompanharmos era precisamente “caril”, decidi que pela primeira vez iria confecionar o meu caril. Ingredientes:
Pescada congelada nº5 do Chile
Pasta caseira de caril
Cebola
Alho
Óleo de girassol
Leite de coco (cremoso)
Sal
Arroz basmati ou agulha
Anis estrelado
Preparação:
Prepare filetes grossos de peixe e ponha-lhes umas pedrinhas de sal. Reserve.
Para a preparação do caril reduza a pó os elementos sólidos secos (comecei no almofariz mas era um trabalho inglório e acabou por só ficar em pó fino no moínho elétrico), rale os frescos e reduza tudo a uma pasta com um pouco de água. Usei 1 colher de sopa de sementes de coentro indiano, uma colher de sobremesa de cominhos, 4 vagens de cardamomo negro (sementes), dois pedaços de curcuma fresca (açafrão das Índias), 1 colher de chá de canela moída, um pedaço de gengibre fresco, 5 bagas de piri-piri (na verdade só usei duas), 1 colher de sobremesa de pimenta preta e pedaços de macis*. Claro que pode usar um bom caril de compra, a seu gosto, em pó ou em pasta.** Se usar em pó humedeça-a previamente até ela ficar uma massa húmida e maleável.
Estale cebola, umas rodelas de gengibre fresco e alho picados num fundo de óleo
e junte a pasta de caril; deixe fritar um pouco e adicione então o creme de coco***. Mexa e deixe ferver até que a pasta de caril esteja totalmente homogénea no molho. Prove e tempere então com o sal.
Introduza o peixe no molho e deixe cozinhar em lume baixo por alguns minutos, o estritamente necessário ao cozimento.
Sirva com arroz basmati ou agulha cozido com sal e anis estrelado.
Notas: * Não incluí inicialmente o cravinho, por não ser sabor das minhas simpatias culinárias; no entanto, ao provar o molho, a sua falta era evidente e juntei uma colher de café de cravinho moído que deu ao conjunto o tal toque que faltava.
** As marcas de temperos de supermercado (Margão, Janota, etc.) apresentam uns pós com o nome de caril, lamentáveis. Aqui, vale mesmo a pena a visita a uma loja de produtos indianos e o conselho do profissional que aí encontrar, nomeadamente no que respeita ao picante; por norma o “mild” pode-se dizer que é ideal, o “médium” o que chamamos bem puxado e o “hot” é puro suicídio! Compro os meus produtos indianos na Popat Store do C.C. Mouraria (caril Jalpur e frescos), ou numa loja surpreendente, uma espécie de “indiano gourmet” na Av. Visconde Valmor 34, A, (caril Madras mild Fudco).
*** Ao comprar leite de coco, normalmente em lata ou pacote tetrapak, deve reparar se se trata do leite cremoso (indicado como culinário, ou dessert) ou do leite de coco “bebida”, que é totalmente aquoso e inapropriado para cozinhar pois não engrossa os molhos.
Adoro caril que bela maneira de experimentar Luís gostei muito...
ResponderEliminarSó mesmo tu para fazeres caril em casa...
ResponderEliminarAdorei o molho, mas mais ainda aqueles pormenores todos que nem penso quando abro o frasco.
Ficou o bichinho atrás das orelhas para ir até ao Martim Moniz...
Beijinhos.
Indiano gourmet? Tenho de lá ir deitar o olho...
ResponderEliminar