Por cá é um aroma mas por todo o Norte de África, Próximo e Médio Oriente muçulmanos, é uma verdadeira instituição.
O chá de menta é omnipresente nestas civilizações vizinhas, de manhã à noite, muito mais que, por cá, o café, e foi naturalmente nele que pensei para esta 72ª Trilogia com a Ana e o Cupido, sob o tema “hortelã”.
Curiosamente, enquanto que o nosso olhar profano dá a maior importância à hortelã, a menta que até dá o nome ao chá, para o entendido a menta é aromatização acessória daquilo que é importante: o chá.
As diferenças são enormes na base do thé à la menthe, variando desde os chás mais pobres, sem dinheiro para chá a sério (ou para consumo de "turista"), à base de thé berbère, o poejo, até aos mais requintados chás verdes, com que se preparam os mais extraordinários chás com menta e que eu usei para fazer este que aqui vos deixo.
Ingredientes:
Água pouco mineralizada
Chá verde
Menta fresca (hortelã ou hortelã-pimenta)
Açúcar (facultativo)
Preparação:
O chá de menta é obrigatoriamente preparado em bule ( ou samovar), de preferência metálico e deve utilizar-se uma água o menos mineralizada possível.
Ferva água que dê para um bule e meio, e escalde o bule por instantes, a um quarto da sua capacidade. Rejeite esta água.
Introduza então o chá verde no bule, escalde este chá por poucos segundos com mais um pouco de água fervente e vaze também esta, que se destinou a lavar o chá dos seus sabores mais grosseiros.
Utilizei aquele que é talvez o melhor chá verde do mundo pois, francamente, nisto de chás a qualidade vale a pena e então em chás verdes nem se fala: Long Jing, o raríssimo e estranho chá da região montanhosa de Xin Chang “um pedaço de céu na terra”.
Este chá exige a apanha de um rebento com uma folha, em que o rebento seja mais longo do que a folha a que se segue um processamento manual minucioso que deixa o Long Jing com este aspecto pouco habitual no chá verde.
Introduza então no bule, sobre o chá verde escaldado, ramos de menta previamente amachucada entre os dedos e açúcar, se quiser, e encha então o bule com água a ferver.
Tape e aguarde cerca de cinco minutos antes de começar a servir.
Usei os copos tradicionais marroquinos, feitos de vidro do deserto com decoração berbere, com um raminho de menta que aqui tem um papel apenas decorativo e saboreei, longamente.
Óptima bebida! E têm um ritual que nunca percebi para que serve.
ResponderEliminarDepois de feito, o chá, enchem dois ou três copos, que tornam a despejar dentro do bule. Só então servem os convivas.
Kuka,
ResponderEliminarTrata-se de misturar bem o conteúdo do bule e dissolver o açúcar, que lá é sempre em cubos, tudo sem que se introduza qualquer objecto no bule, o que poderia contaminar o sabor do chá ou, pior, ferir a patine interna dos bules, adquirida ao longo de anos de uso em que é apenas enxaguado.