Se é bem verdade que hoje são bastante difusas as chamadas
estações intermédias, com os dias primaveris e outonais a darem lugar, de
repente, aos calores e frios das estações plenas, não é menos verdade que
Primavera e Outono, na cozinha, correspondem a atitudes bem marcadas, sendo que
no caso primaveril, que é o aqui hoje nos interessa, já que é o tema para esta 74º Trilogia com a Ana e o Cupido,
desaparecem os pratos quentes e pesados que foram o aconchego do Inverno e
reaparecem a cor, a leveza e até alguma rapidez, que a Primavera já não se
compraz nas longas refeições tertulianas e quer, isso sim, sair para o que
acontece lá fora.
Escolhi para ilustrar esta atitude de passagem, uma salada
que, ainda conservando alguns elementos quentes, vestígios do tempo frio de
ainda há pouco, fosse já apontando para a frescura que se vai acentuando no
prato à medida que o calor se avizinha.
Para além de uma salada verde e de uma maionese de
camarão, a pièce de résistance deste
prato, quer pela espectacularidade, quer pelo gozo que deu a inventar e a
fazer, foi evidentemente a massa fresca multi-colorida a permitir brincar à
medida que se ia fazendo este prato e a deixar abertas inúmeras sugestões e
possibilidades infinitas.
Ingredientes:
Camarão Tigre
Miolo de camarão
Salada fresca (alface roxa, rúcula selvática, tomate)
Massa fresca colorida
Maionese de leite
Polpa de tomate
Óleo de noz
Sal
Preparação:
Faça massa fresca de gemas (amarela), misturando farinha
com gemas, podendo usar ainda açafrão se as gemas não derem à massa o tom
amarelo desejado.
Faça massa fresca branca, misturando e amassando farinha
com claras e com elementos naturais coloridos conforme a cor desejada. Usei
apenas as claras para a massa branca, tinta de choco para a massa preta,
beterraba cozida para a massa púrpura, espinafre em puré para a verde e
pimentão doce para a laranja.
Fiz placas com cores misturadas que cortei depois na
máquina em forma de tagliatelle,
algumas flores, algumas brincadeiras meio delirantes,
cozi estas massas em água
com sal, escorri e passei esta massa fresca por óleo de noz, para lhe conferir
sabor e mantê-la solta.
Como já passaram os frios do Inverno e só dispunha de ovos
de supermercado, optei por uma maionese de leite e leve, feita com leite e 3
partes de óleo de girassol para 1 parte de azeite virgem de baixíssima acidez
(0,2º), temperada com sal e pimenta preta e acidulada com vinagre de vinho.
Misturei esta maionese com o miolo de camarão cozido e um pouco de
polpa de tomate, para rosar e servi juntamente com o camarão tigre também
cozido, com massas diversas e primaveris, ainda mornas e pela salada de alface
em juliana fina, rúcula e tomate maduro em cubos.
Esteve muito bom!
Boa tarde,
ResponderEliminarQue bela massa! Imagino o prazer que lhe deu esta criação :)
Obrigada pela sua dedicação e votos de uma boa Páscoa.
Fascinante a forma como fizeste a massa fresca e o que fizeste depois com ela.
ResponderEliminarLindérrima esta tua salada... até deixou a minha envergonhada...
Beijinhos.
Quase uma pintura no prato. Gostei muito desta ideia - os meus parabéns. Tenho andado desligado das lides da cozinha mas esta noite lembrei-me de dar uma espreitadela aqui por estes lados e já dei a visita por bem empregue.
ResponderEliminarCumprimentos,
Chef Janvier