Embora
o termo “grelhado” pareça ser adequado àquilo que se cozinha numa grelha, a
verdade é que, se quisermos ser culinariamente precisos, o que indica que
estamos perante um grelhado e não de um assado, é o facto de não haver entre o
alimento grelhado e a fonte de calor a introdução de novos sabores, gorduras, molhos,
etc.
Assim,
pratos como as conhecidas ”sardinhas assadas” ou o frango de churrasco simples,
são na realidade grelhados e a maioria dos “barbecues”, em que o alimento é
cozinhado com a utilização dos mais variados temperos e molhos e normalmente
chamados grelhados por serem feitos numa grelha, são na verdade assados. Bom,
na verdade estas distinções são um bocadinho picuinhas e o que interessa de facto
é o prato!
Para
esta 98ª Trilogia com a Ana e o Amândio, em que o tema é precisamente “grelhados” vou propor-vos um grelhado em que a grelha é substituída
por sal e que é uma forma de se conseguir comer “sardinhas assadas” em
apartamento citadino sem os cheiros que tornam normalmente uma sardinhada
impossível dentro de casa.
Este
ano, em que as sardinhas pouco passaram do sofrível no seu tempo próprio e que
só agora em Setembro estão a aparecer exemplares realmente bons, grelhá-las
nesta crosta foi uma solução que resultou excelente.
Ingredientes:
1kg
de Sardinhas, grandes
2kg
de sal grossso
0,4kg
de sal fino
2
claras de ovo
Água
q.b.
Azeite
q.b.
Preparação:
Misture
o sal com as claras e junte água suficiente para que a mistura fique húmida,
com a consistência de areia molhada mas não encharcada.
Pincele
cada sardinha com azeite, dos dois lados.
Disponha
uma camada deste sal num tabuleiro ou assadeira, por cima uma camada de
sardinhas, bem arrumadas,
depois
o resto do sal
e calque a superfície para que fique regular.
Leve
ao forno no máximo calor por cerca de 20 minutos,
Aproveite
para assar batatinhas Primor ou batatas pequenas, com casca, que “adiantou” no
micro-ondas e que servirá com as sardinhas depois de devidamente esmurradas e
regadas com azeite.
Ao
sair do forno o sal formou uma crosta duríssima
que terá de partir com o
auxílio de um martelo (usei o de bater bifes) para poder retirar a camada
superior da crosta deixando expostas as sardinhas.
Sirva
com as batatinhas a murro e as saladas que preferir.
Gostei da definição de grelhado. Assim, dá para tudo, na churrasqueira, no grelhador, no forno, na chapa. ainda nao me tinha lembrado de coisa tão simples.
ResponderEliminarCom que então nada de peixe no sal???
ResponderEliminarNão lembras... adorei!
Beijinhos.
Bom, Ana, está visto que tens tomado sempre as gotas... isso já foi em 2008!!!
ResponderEliminarNessa altura era uma moda quase obsessiva e sabes como eu gosto de modas. Mas não tenho nada contra as crostas salgadas, até fiz uma vez um ananás assado em sal, e neste caso das sardinhas até resolveu a magna questão dos fumos que o sal absorve por completo.
Bom dia Luís,
ResponderEliminarObrigada por mais esta receita!
Se possível, queria que me esclarecesse a dúvida com que fiquei.
Parece-me que não salgou as sardinhas, certo?
Quero experimentar esta maravilha no fim de semana.
Cumprimentos,
Lídia
Boa tarde, Lídia Fernandes
ResponderEliminarNão salguei as sardinhas previamente e, para mim que sou hipertenso e faço uma alimentação baixa em sódio, chegou perfeitamente o muito pouco que sempre passa, até quando se remove a pele. No entanto, há que não contar com isso se gosta de sardinhas a sentir-se o sal e salgá-las como faz habitualmente às sardinhas para assar.
Bom petisco de fim-de-semana
Luís, obrigada pela resposta.
ResponderEliminarFantástico. Testada e aprovada com distinção!
ResponderEliminarTentei anteriormente enviar comentário, mas não correu bem com o registo.
ResponderEliminarGostava de lhe agradecer a sua disponibilidade e apartilha das histórias, das origens dos pratos. Reconciliou-me com os tachos e com o prazer da partilha da mesa com a família e amigos. Muito obrigada e parabens pelo magnífico blog. Já por aqui andei imensas vezes, mas nunca deixei comentário. Tebho feito imensas coisas, que saem sempre deliciosas...