Para dizer a verdade, os
cominhos são um dos sabores que mais raramente uso na minha cozinha. Talvez
meia dúzia de pratos (e estou a ser generoso) que, por respeito à receita
tradicional, lá levam estas sementes de sabor pungente que associo de imediato
ao tempero dos chouriços de sangue.
Oriundos do Próximo Oriente e dos
países mediterrânicos do Norte de África, o seu uso acabou por se generalizar
um pouco a todo o mundo e é um componente essencial nas cozinhas do Magreb,
Próximo e Médio Oriente e Índia.
Foi por isso natural que ao
procurar algo para o tema “cominhos” desta 103ª
Trilogia com a Ana e o Amândio a minha atenção tivesse ido
para uma cozinha muito rica e que me é muito querida, a marroquina, onde o
cominho está presente a cada passo, e deu-me vontade de reactivar a minha boa
tajineira há uns tempos inactiva.
Depois foi o costume: fundir
culturas, misturar matérias-primas de cá e de lá, imaginar sabores nunca antes
experimentados e arriscar dar ao velho bacalhau luso os aromas de uma tajine
rica, o cardamomo, o Ras-el-Hanout para peixe (5 épices), o óleo de argão e,
claro, tudo envolvido pelas sementes de cominho, que usei inteiras já que o
próprio Ras-el-Hanout já o contém, em pó.
Semeado com as minhas azeitonas
alentejanas, deslumbrou esta tajine de bacalhau e cominhos, que se comeu
enquanto houve.
Ingredientes:
Cebola
Alhos
Bacalhau
Ras-el-Hanout (5 épices)
Cardamomo
Cominhos
Cenoura
Batata
Pimentos
Malagueta
Azeitonas pretas descaroçadas
Sal e pimenta
Coentros frescos
Óleo de argão ou azeite
Preparação:
Como para qualquer tajine, forre o fundo da tajineira com
cebola e alhos.
Coloque sobre este fundo de
cebola as postas de bacalhau (usei bacalhau pequeno em pequenas postas),
profusamente polvilhadas com o Ras-el-Hanout, sementes esmagadas de cardamomo e
cominhos em grão.
Pode fazer este Ras-el-Hanout
misturando cúrcuma (açafrão das Índias), cominhos, gengibre, coentro e pimenta
preta, no almofariz.
Disponha sobre o bacalhau,
cenoura às tiras, depois batata em rodelas, pimento, malaguetas inteiras ou
abertas conforme o gosto por picante.
Rodeie com coentros frescos,
distribua generosamente azeitonas descaroçadas,
salpique com sal, pimenta e
Ras-el-Hanout, por fim regue com óleo de argão alimentar ou azeite, junte um
copo de água e leve ao lume, tapado.
Quando levantar fervura, reduza para o
mínimo e deixe cozinhar na tajineira por cerca de duas horas.
Sirva esta delícia bem quente.
Ui, o que eu gosto destas comidinhas magrebinas, a saber a especiarias e a pimentos! Trouxe de lá uma tagineira dessas e costumo fazer de borrego e de galinha com ameixas mas de bacalhau não conhecia. Esta vou experimentar, depois conto.
ResponderEliminarLuis
ResponderEliminarVou fazer o salmão fumado (talvez comece por uma truta salmonada para ver o que dá), mas tenho uma duvida: não é preciso por de molho, por via do sal?
Obrigada por este fantástico blogue
Isabel
E passámos os dois no teste dos cominhos...o cheirinho deste teu bacalhau quase salta do monitor!
ResponderEliminarBeijinho.
Boas tardes, e já agora muitos parabéns pelo sucesso deste blog que aprecio bastante diga-se...descobri-o por acaso por causa das bifanas de Vendas Novas.
ResponderEliminarEsta tajine de bacalhau é uam delícia...já experimentei no outro dia para impressionar uns amigos boa boca...e impressionou!!!
um muito bem haja por todas estas delícias
Helena (Évora)