“Mudam-se os tempos, mudam-se
as vontades”; ainda bem!
Até há poucos anos considerada
como peça menos nobre do atum, dada a quantidade de gordura que apresenta, a
barriga era excluída das partes enlatadas e relegada para a salmoura em
barricas de madeira e venda avulsa e barata.
Depois, a globalização geral e o
conhecimento de outras gastronomias levaram a que se atentasse melhor nos
motivos que faziam que fosse o pedaço dos tunídeos preferido pelos exigentes
japoneses, o marketing das açorianas Santa Catarina e Corretora e depois da
maioria das marcas conserveiras, inverteram as coisas e hoje, a barriga de
atum, rebaptizada com o nome espanhol de “ventresca” para afastar a memória das velhas barrigas de
salmoura, tornou-se a parte mais cara e desejada de um atum e bem, já que a sua
textura e delicadeza de sabor a tornam realmente insuperável.
A oferta de barrigas frescas de
atum é por vezes escassa mas vão aparecendo em alguns mercados, embaladas a
vácuo e provenientes dos Açores, sendo o seu preço, por enquanto, bastante
acessível.
Ingredientes:
Barriga fresca (“ventresca”) de
atum
Sal, pimenta e raspa de limão
Cebola
Alho
Louro
Vinho do Porto, tawny
Vinagre balsâmico
Preparação:
A barriga de atum vende-se com
pele, em peças que vão de 1 a 3kg, sendo que a excelência aumenta com o tamanho
e, consequentemente, com a idade do atum e com a quantidade de gordura.
Se
tiver escolha, prefira as barrigas mais claras, já que no atum, quanto mais pálida
for a carne, melhor.
Com uma faca bem afiada retire a
pele à barriga.
Tempere pelos dois lados com sal grosso, pimenta e raspas de
limão e deixe por uma hora.
Entretanto caramelize cebola
branca, levando-a ao lume com louro, sal, pimenta e alho picado, num fundo de
azeite.
Quando estiver já mole e translúcida, acrescente um gole de vinho do
Porto (ou Madeira, ou outro doce a seu gosto), que será responsável pelo açúcar
e irá facilitar a caramelização da cebola. Deixe caramelizar até obter uma cor âmbar uniforme e termine com um golpe de vinagre balsâmico. Escorra e reserve.
No azeite em que caramelizou a
cebola vai então cozinhar a ventresca, depois de dividida em cru nas porções
individuais,
o que significa passá-la rapidamente dos dois lados, em lume
forte, de modo a que as lascas abram mas que o interior fique ainda rosado.
Isto é essencial e obtém-se com cerca de 1-2 minutos de cada lado. Vá vendo a progressão do cozimento pela face lateral.
Sirva sobre a cebola, montada numa
fatia de pão levemente torrado.
Agora deixaste-me a babar mesmo.
ResponderEliminarSó conheço as latas de ventresca de Santa Catarina...
Que bom deve ser assim fresca!
Beijinhos.
Bom aspecto...
ResponderEliminarAtum para mim é da cabeça ao rabo...
É como o porco... Só que vem do mar.
Bem haja
Deve ser uma delicia, so comi em lata. Eu por acaso ando a deliciar-me com estupeta de atum que também não é nada de se deitar fora assim como a muxama. Um abraço.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAtum de barrica eu como e adoro. Atum fresco em bifes aprendi a pouco tempo a gostar. BArriga de atum adoraria provar depois de ver esta publicação, mas confesso que nunca vi a venda, nem mesmo na praça, e a nossa praça aqui em Torres Vedras é maravilhosa!!
ResponderEliminarMuito apetitoso, deu-me água na boca, um abraço.
ResponderEliminarTinha comido fresca, no Algarve. Agora um amigo trouxe-me uma congelada. Rançada, requer ser toda aparada, e retirar a pele de ambos os lados. Mas há sempre o sabor leve a ranço.Tenho dúvidas sobre o ter tanto ranço.
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