..................... O cachaço é a parte do porco que vai da cabeça até ao vão e é das mais saborosas, quer para as tradicionais costeletas do fundo como, em bloco, para assar no forno ou no tacho.
A técnica que utilizei neste cachaço com cerca de 2,3kg foi diferente do assado normal em tacho e também do assado a baixa temperatura, ambos já falados aqui. Chamar-lhe-ia um estufado longo e o resultado é uma carne extraordinariamente tenra com uma textura interna muito húmida e peculiar. Esta técnica é apropriada para carnes que possuem veios internos de gordura, como o cachaço de porco ou o acém de bovino.
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Ingredientes:
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1 cachaço de porço
40g de banha
2 cebolas
3 dentes de alho
0,5l de vinho branco
1 dl de polpa de tomate
Sal, pimenta e pimentão doce
Batatas
Espinafres
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Preparação:
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Tempere o cachaço e ponha-o num tacho sobre rodelas de cebola, com os alhos, o vinho e a banha. Ponha o lume do bico mais pequeno no mínimo, tape e deixe por 3 horas (eu fui dormir e puz o despertador para 3 horas depois). Vire a carne, junte a polpa de tomate e deixe mais 3 horas. Leve a forno muito quente por 15 minutos para tostar por fora, sem o molho, que pode passar com varinha e reduzir o necessário no tacho.
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Corte a quantidade necessária de cachaço leve-a a forno rodeado de batatas cozidas em quartos e envolvidas no molho da carne,
. até estarem tostadas.
. A carne está tenra e suculenta demais para permitir fatiar, pelo que deverá servir em naco.
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Espinafres rapidamente salteados em azeite aromatizado com um dente de alho,
, ligam muito bem com este cachaço ultra-tenro, bem como este Sirah 2009, da Adega de Pegões, que não vou comentar do ponto de vista técnico que não domino e que fica por isso para os enófilos. Digo-vos simplesmente que fiquei muito feliz por tê-lo conhecido e que já tratei de agendar novos encontros com este varietal de preço mais que acessível, a que alguns enófilos chamam depreciativamente "fácil de gostar" e "redondinho", que para eles são coisas más mas para mim, que não gosto especialmente de asperezas e amargores, indica logo que deve estar ali um belo vinho.
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Gostei muito desta tua experiência com o cachaço. Curiosamente fiz há pouco tempo algo que sendo parecido no final, não o foi na preparação e de que darei nota @ garficopo.
ResponderEliminarJá o Syrah é efectivamente muito fácil de gostar e redondinho e diria ainda que é algo guloso. Claro que isso não é defeito nenhum, já que nem todos os vinhos devem ser para um gajo passar uma hora com o nariz enfiado no copo antes de provar. Muito bem estaríamos nós se há dez anos atrás tivessemos vinhos com a relação qualidade/preço que temos hoje, era sinal que os actuais seriam ainda melhores e (de preferência ainda) mais baratos. E estes varietais de Pegões são muito bons.
Só hoje conheci o seu cantinho, achei delicioso, vou continuar a seguir. Parabés.
ResponderEliminarOlá bom dia Luís, está neste momento no forno o "cachaço" que sugeriu ontem. Segui à risca as instruções mas estou um bocado desconfiada... estou sempre a espreitar para ver a evolução (sem abrir a porta!). 70ºC?!!! Vamos ver o que dá... depois dou notícias!
ResponderEliminarQuero aproveitar para dar os parabéns pelo blog. Descobri há pouco tempo mas já está no topo da minha lista.
Nicola,
ResponderEliminarDiga-me para o último post publicado, está bem? É que este vou perdê-lo de vista em breve.
Em relação à temperatura, note que não são 70ºC , são 75ºC e faz toda a diferença porque há reacções de hidrólise que só se dão aos 73ºC.
... e se está a fazer pelo termómetro do forno, aposte nos 80ºC porque são raros os fornos certos.
Bom cachaço!