................... Faço muitas vezes pão. Em tempos idos, isso era até uma necessidade real e não tinha nada de romântico: era fazer o "pão nosso de cada dia", que de outro modo teria de ser adquirido a quilómetros de distância. Comprei até uma maquineta para esse fim e dei-lhe tanto uso que já se avariou, o que não faz mal nenhum pois recuperei assim o gosto de fazer e mexer no meu pão.
Durante anos fui experimentando tantas e tantas receitas dos mais diversos pães, desde as da consagrada Linda Collister, às de meia dúzia de livros, revistas e a infinidade de blogues que as vão repetindo e perpetuando. São tantas vezes deliciosas e cativantes para aquela vez, com as suas inovações de sementes, grãos, gorduras, leite, ovos, etc., mas muito raramente se encontra em livros e blogs de pão, algo suficientemente simples que se possa identificar como pão, apenas pão, afinal o precioso alimento que mais nos conforta e acompanha há tantos milénios.
Durante anos fui experimentando tantas e tantas receitas dos mais diversos pães, desde as da consagrada Linda Collister, às de meia dúzia de livros, revistas e a infinidade de blogues que as vão repetindo e perpetuando. São tantas vezes deliciosas e cativantes para aquela vez, com as suas inovações de sementes, grãos, gorduras, leite, ovos, etc., mas muito raramente se encontra em livros e blogs de pão, algo suficientemente simples que se possa identificar como pão, apenas pão, afinal o precioso alimento que mais nos conforta e acompanha há tantos milénios.
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Quando falo de pão, estou a referir-me às tradicionais misturas de farinha, sal, fermento e água, que ainda hoje teimam em fazer-se, aqui e ali, numa cozinha de aldeia, sem melhorantes, essa praga hedionda que transformou os escaparates de supermercados, padarias e panificadoras, por um lado numa montra de variedades, aspetos e sabores novos e exóticos, permitindo que em qualquer fábrica, mercê de um aditivo Puratos, se façam de modo quase instantâneo uma regueifa do Minho e uns pães de Mafra ou alentejanos.
Este pão de mistura semi-integral que vos trago hoje (e fiz ontem à noite), foi para o meu pequeno almoço e está uma jóia de equilíbrio. Não é um pão especial por isto ou por aquilo, mas simplesmente, pão!
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Ingredientes:
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2 chávenas de farinha de trigo 55
1 chávena de farinha de trigo integral
1 chávena de farinha de centeio
1 chávena de água morna
12,5g de fermento holandês
1 colher de sobremesa de sal marinho
1 colher de sopa de açúcar
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Amorne a água e dissolva nela o sal, o açúcar e o fermento. Se tiver tempo e quiser um pão perfeito, reduza a quantidade de fermento indicada para metade.
Junte as farinhas e amasse-as com a água com o auxílio de varas de bater bolos ou MFP.
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Estas quantidades dão uma massa aparentemente dura demais mas não se preocupe: o principal problema das receitas usuais de pão é contarem com fornos bem melhores que os nossos fornos caseiros e também com farinhas bem mais ricas do que dispomos em Portugal e as massas saírem sempre mais moles que o previsto e necessário.
Deixe a levedar numa tijela,
. à temperatura ambiente e tapada com um pano, se tiver tempo, até a massa ter dobrado de volume. Se não tiver tempo ponha dentro do forno regulado para 40ºC e terá o assunto resolvido em 30m.
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Está na altura de fazer a 2ª amassadura, para que o pão não tenha bolhas grandes por dentro.
(se não se importa com essas bolhas grandes, está pronto para ir cozer)
Bata de novo com as varas até a massa voltar ao volume original,
, molde-a de modo a adaptar-se à forma da forma que vai usar e disponha-a nela,
, não devendo ocupar mais de um terço da sua altura.
Deixe levedar de novo, em temperatura ambiente ou no forno, como antes, até que a a massa ultrapasse o nível do bordo da forma.
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Leve a cozer em forno bem quente (220ºC) durante cerca de 15 minutos e depois reduza para 150ºC por outros 15 m, para acabar de cozer bem por dentro.
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É um pão que pode ser utilizado em qualquer ocasião, sem as limitações que são criadas por pães demasiado integrais, com sabores fortes ou cheios de sementes.
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pedindo antecipadamente desculpa pela ignorância, o que é "fermento holandês"?
ResponderEliminarpara fazer pão uso sempre os cubinhos de levedura, faço mal?
Luís, cá por casa também se faz imenso pão. É fácil, é melhor de sabor e é melhor para a saúde. E é uma boa terapia.
ResponderEliminarEu fico verdadeiramente furiosa quando, num país com tanta tradição de pão, se encontra tanto pão com aditivos (conservantes, melhorantes e outros antes que tais), tantas misturas (há lá combinação mais fácil que pão?!), tanta porcaria. Eu até acho que as pessoas já não sabem a que sabe, a que deve saber, o bom pão. E isso deixa-me triste e furiosa.
Eu vou continuar a fazer pão. E a "evangelizar" contra as misturas e os pães cheios de químicos. Fico sempre feliz quando encontro quem faça o mesmo.
Abraço,
Mariana
Eurico Cabral,
ResponderEliminarÉ isso mesmo: os "cubinhos" de levedura fresca são Fermento Holandês.
Bom pão.
Até parece fácil, pois, pois...
ResponderEliminarDia 7 mostro-te o nosso!
Ah, saíram os rissóis e muito bem... só poucos, lol!
Beijinhos.
Pão com sabor a pão, tal como eu gosto. Também costumo fazer cá em casa. Só que eu amasso com as mãos até doerem os braços! Mas sabe-me bem. Lembra-me a minha avó e a minha mãe e amassarem a massa naqueles fornos grandes da aldeia, em que se tinha de preparar quase um ritual de lenha para aquecer o forno. Oh saudades do alguidar de barro e da pá de madeira, do cheiro delicioso e do fuminho a sair assim que se partia o pão. Obrigada por lembranças tão reconfortantes.
ResponderEliminarhum adoro paozinho acabado de fazer.
ResponderEliminaresta tao bom de certo
amanha tambem fazemos la em casa.
beijinho