Conhecida
de todos como planta a evitar pelo efeito urticante das suas folhas, conhecida
por alguns pelas suas muitas
propriedades medicinais e por muito poucos como planta comestível de alto valor
nutricional e culinário, a humilde urtiga está aí à nossa disposição, gratuita,
neste ano em que a muita chuva permitiu o seu desenvolvimento pleno em belos
exemplares que só esperam que os colhamos e os transformemos em iguaria.
Ingredientes :
Folhas de urtiga
Azeite
Alho
Farinha (ou maizena, ou fubá)
Vinagre ou sumo de limão
Preparação:
Apesar de muitas técnicas mais ou menos estranhas e
engenhosas que alguém conhece, a única verdadeiramente fiável para apanhar
urtigas sem se picar, é usar luvas.
Na colheita, prefira as plantas que se desenvolvem nos
sítios mais ensombrados e húmidos e que têm por isso as folhas mais
desenvolvidas e finas, de preferência antes de terem as inflorescências
formadas.
A única parte que se aproveita da urtiga, para fins culinários, é a folha, já
que os caules são fibrosos; a primeira operação após a colheita será portanto
separar as folhas dos caules, o que deverá fazer ainda com luvas.
Lave as folhas e escalde-as rapidamente em água a
ferver temperada com sal. Esta operação provoca uma diminuição surpreendente e
instantânea de volume (pelo que a colheita deverá ser grande), ficando as
folhas escaldadas e escorridas,
reduzidas e inofensivas para a pele, podendo a
partir de agora ser manuseadas e ingeridas sem qualquer problema.
Esta primeira fervura rápida, dito “branqueamento”,
remove também um travo a “chão” que as urtigas apresentam e deixam-nas prontas
para serem cozinhadas, podendo usar-se para recheios, em sopas (como se de
nabiças se tratasse) ou em esparregado que, na minha opinião, é a forma em que
a urtiga revela todas as suas potencialidades gastronómicas, produzindo um
esparregado de delicadeza e suavidade superiores ao de espinafre.
Depois de bem escorridas as folhas, corte-as fino,
deixe escorrer mais um pouco e leve-as ao lume em azeite com alhos picados.
Envolva bem, deixe cozinhar por um ou dois minutos e ligue então com uma
colherinha de uma farinha ou fécula. Tempere com sal e pimenta e acabe com um
golpe de vinagre ou sumo de limão.
Oh Luis, com esta é que você me mata!!Comer urtigas? Então eu passei a minha infância a coçar as pernas por, inadvertidamente, lhes tocar e agora... são comestiveis? :)
ResponderEliminarAgora fora de brincadeiras, o esparregado tem um aspecto fantástico, semelhante ao esparregado de nabiças, o meu preferido.
OI Luís,
ResponderEliminarNunca imaginei que urtiga fosse comestível. VIvendo e aprendendo. Gostei da sugestão.
Prazer conhecer seu blog.
Lylia
Quando era criança tinha um ódio às urtigas por tantas vezes me terem deixado as pernas a arder, esta proposta parece-me uma boa vingança para comer... quente.
ResponderEliminarEm tempos vi um documentário que falava no uso culinário das urtigas, existindo mesmo uma confraria, lá para os lados do Norte! E também diziam maravilhas!
ResponderEliminarNunca experimentei, mas pelo que expôs estou tentada...Parecem deliciosas! Excelente!
Só um parêntesis: não usar luvas de vinil - as urtigas picam na mesma (experiência própria)
Cps
Beta
Meus caros ignorantes,
ResponderEliminarSe vissem os programas do Jamie Olivier, um grande utilizador e apreciador do esparregado de urtigas, não tinham ficado tão espantados.
Tem de haver sempre um mal educado nos comentários!!!!
EliminarDesta semana não passa, vou experimentar, já há tempos que o queria fazer...
ResponderEliminarDepois ponho no meu blogue, obrigada desde já, eugenia
ResponderEliminarpois é ... urtigas :