terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ostras do Sado



Foi um encontro feliz!
Quando no Sábado parei ao pé de um dos mais antigos apanhadores de lambujinha de Setúbal, com banca improvisada na berma da estrada, ali entre Pontes e Águas de Moura, estava longe de imaginar que iria encontrar de novo, depois de um interregno de talvez vinte anos, as belíssimas ostras do Sado.
Outrora abundante, ainda há poucas décadas era um bivalve vulgar (e barato!) nas bacias do Sado e do Tejo. Depois, como tantas outras coisas que desapareceram às mãos gananciosas da exploração desenfreada, ou das várias poluições e incúrias, que são o mesmo, as ostras acabaram por acompanhar na ausência, o camarão de Algés, os linguados de Porto Brandão e as enguias que alimentavam um sem número de restaurantes famosos à sua custa que pululavam a estrada que acompanhava o estuário do Sado.
Mas o certo é que voltaram! E estavam ali mesmo à minha frente, não muito grandes, enrugadas e feias como uma ostra deve ser, vendidas à dúzia, pois claro! Comprei.
Seriam entrada para o lanche-grande, refeição que substitui o jantar de Domingo. Para comemorar a feliz rentrée, e também porque elas, apesar de bem cheias eram para o pequenote, decidi fazê-las de um modo que aprendi há muito no Pantagruel, com um toque pessoal como não podia deixar de ser: Ostras Panadas com Alioli.

Ingredientes:

1 dúzia de ostras
4 fatias de fiambre
Pimenta preta moída na altura
Ovo e pão ralado para panar
Molho Alioli

Preparação:

Abra as ostras com uma faca forte e aproveite o líquido que sai nessa operação. Retire o corpo do bivalve, coe o líquido por um pano e leve ao lume com o miolo das ostras. Mal comece a ferver, retire logo e escorra as ostras num passador.
Enrole cada ostra numa tira de fiambre um pouco mais larga que aquela, salpique com a pimenta preta, ao de leve, passe por ovo batido e pão ralado e frite até ficarem louras.
Sirva com molho alioli feito em casa e um pouco de limão.

Nota:

Existem uns instrumentos especiais para abrir ostras, mas eu não tenho e uso sempre uma faca ponteaguda.
Se, como eu, também não tem o tal instrumento, saiba que abrir ostras com uma faca é uma operação de alto risco e deve evitar absolutamente segurar a ostra com a esquerda e apontar a faca com a direita, fazendo força com esta na direcção em que parece estar a ostra, mas onde está, em última análise, a sua outra mão. Apesar de tudo isto que eu sei e lhe digo, o certo é que acabo cada abertura de ostras, invariavelmente, com o bico da faca espetado na palma da mão esquerda, e no Domingo não foi excepção!
:-(

2 comentários:

cupido disse...

Confesso que adoro as ostras ao natural; há uma versão de ostras enroladas numa fatia de bacon e feitas no forno (não me lembro do nome da receita) que também é muito interessante. Esta versão parece-me muito boa.

anna disse...

Ao contrário do nosso Cupido não gosto nadica de ostras. Também só comi 1 vez na vida e eram demasiado gelatinosas... lol!
Beijo.