O sabugueiro é uma árvore/arbusto muito
difundida na Europa e também em Portugal. No Sul é geralmente encarada como
decorativa ou simplesmente bravia, mas na região de Trás-os-Montes é já
cultivada extensamente para aproveitamento das suas propriedades medicinais,
alimentares e como corante.
Eu tenho um sabugueiro antigo no
meu monte alentejano, que teima em ressuscitar, ano após ano coberto de flores
por esta altura,
isto apesar das tropelias a que já foi sujeito, até fogo lhe
puxaram aqui há anos! No clima seco do Sul é raro que as belas flores cheguem,
já no Verão, a dar as bagas negras características do sabugueiro, pelo que
apenas costumo utilizar as flores para fazer o xarope de flores de sabugueiro
que, transformado nesse delicioso refresco tão popular na Europa do Norte, há-de
mitigar os calores alentejanos de Agosto. Uma receita da sua preparação já aqui figura desde 2008 e em breve aqui ficará uma outra, uma extracção a frio que
decorre neste momento.
Curiosamente, foi numa publicação
tão prosaica como se pode esperar de algo oriundo de uma dependência do
Ministério da Agricultura, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte,
a propósito da divulgação do seu cultivo na região de Mirandela, que fui encontrar
informação preciosa sobre a utilização das flores e frutos do sabugueiro, em
infusões, geleias, compotas, marmeladas, licores, vinagres e também em filhós e…
fritas!
Foi a partir desta informação que
decidi experimentar uma versão não-doce, algo que poderia ser descrito como um “peixinho-da-horta”
de flor de sabugueiro, uma tempura toda ela aromática e que pudesse ser usada
como petisco, entrada ou até como acompanhamento, que foi como as comi.
Ingredientes:
Flores de sabugueiro frescas
Polme para tempura
Óleo para fritar
Preparação:
Use de preferência flores
acabadas de apanhar, de modo a que os pequenos raminhos estejam firmes. Não as
lave, examine-as com cuidado pois é frequente albergarem algum insecto.
Prepare um polme com farinha
extra-fina 55, gema de ovo, sal e água bem fria, de modo a que não fique muito
espesso (menos que para peixinhos da horta) e adicione, depois de bem batido,
as claras em castelo firme. Envolva.
Aqueça bem óleo, de modo a que
haja uma altura de gordura suficiente para cobrir a flor deitada mas de modo a
que o pedúnculo fique de fora.
Mergulhe no polme cada flor,
segurando-a pelo pé, deixe escorrer um instante e mergulhe-a no óleo carregando a flor contra o fundo da frigideira
de modo a que abra os raminhos que o polme juntou e fique com este aspecto.
segurando-a pelo pé, deixe escorrer um instante e mergulhe-a no óleo carregando a flor contra o fundo da frigideira
de modo a que abra os raminhos que o polme juntou e fique com este aspecto.
Se usar o polme mais espesso
ficarão mais fofas mas menos bonitas, algo como uma patanisca com um pé a sair
e com o aroma do sabugueiro mais diluído. São as filhoses de sabugueiro, após
serem polvilhadas de açúcar e canela ou besuntadas com alguma compota.
1 comentário:
Se eu tivesse um sabugueiro, eu comia, eu comia...
Mas como não tenho, vejo comer.
Aguçou-me a curiosidade!
Lá vou eu à procura de um sabugueiro em flor....
��
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