terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Burek folhado

                Originário da Turquia, o Burek encontra-se disseminado pelos países da ex-Jugoslávia, Polónia, Hungria, etc., assumindo as formas mais diversas, desde o doce ao salgado, carne, vegetais, queijos e peixes, de modo a que se tornou uma designação genérica, a exemplo de tantos outras preparações de que se acabou por reter a essência do processo, como se passou com o carpaccio, as nossas alheiras ou a designação “à Brás”, ou strudel, que por acaso é outra das designações de alguns burek.
Dentre as milhentas receitas disponíveis de burek, sobressai o facto de ser uma empada/pastel em que o recheio é enrolado em massa muito fina, tipo do strudel ou filo e depois acondicionado em espiral antes de ser cozido no forno.
Este burek que aqui deixo, é um clássico presente em todo o lado na Croácia, frio ou quente e feito à base de fetta, requeijão e iogurte. Decidi acrescentar-lhe uma dose generosa de espinafres, cuja ligação com o requeijão é para mim um must de compatibilidade de sabores. A envolvente foi feita usando massa folhada virgem de três voltas e meia, bem esticada no fim, o que torna as folhas comparáveis em espessura à da filo e o resultado foi excelente.

Ingredientes:

1 Requeijão
1 Iogurte grego
125g de Fetta
2+1 Ovos
1 molho de espinafres
350g de massa folhada* (virgem**)
Sal e pimenta

Preparação:

Junte numa tigela o requeijão, o iogurte grego (ou dois iogurtes normais, espremidos até terem o volume de um), o queijo Fetta esfarelado grosso, dois ovos e os espinafres depois de salteados e bem espremidos.
Junte pimenta e sal, tendo em atenção o que já lá está no queijo, e misture estes ingredientes de modo grosseiro, de modo a deixar alguma individualidade entre os componentes.
Estenda massa folhada* virgem** até ficar bem fina, mas sem dobrar para que resulte bem folhada, corte em rectângulos alongados e distribua o recheio junto a um dos lados maiores.
Enrole de modo a ficar um rolo alongado
e vá dispondo em espiral
numa forma de tarte.
Pincele com gema de ovo
e leve a forno muito quente, primeiro com o calor por baixo para arrancar com o crescimento do folhado, depois a 160º com a forma a meio forno durante cerca de meia hora, tapando com papel de alumínio se necessário para não queimar.

Sirva quente ou frio, simples ou acompanhado de uma salada.


Notas: * Se quiser experimentar o Burek como ele é tradicionalmente, use 7 ou 8 folhas de massa filo em vez da massa folhada.
** Massa folhada “virgem” é a massa de “3 voltas e meia”, feita com 3 dobragens triplas e uma última dupla (em livro). É a massa folhada em que as folhas ficam mais separadas e se não a fizer em casa, deverá comprar aquelas massas folhadas que se vendem em rectângulos espessos, que são geralmente massa “virgem”.

8 comentários:

jp diniz disse...

já muitas vezes olhei para receitas de borek ou burek mas a ideia de o fazer sem yufka sempre me desanimou. Sempre soube que podia usar filo ou massa folhada mas nunca tentei. Desta vez vou fazer uma experiência.
Boa receita.

Lia Lemon and Vanilla disse...

Adoro Burek e estes, assim em forma de caracol, são mesmo lindos e especiais!!
Beijinhos,
Lia

Paula disse...

Lindo, e certamente delicioso também!
Um abraço.

framboesa10 disse...

Olá Luís,
adoro o seu blogue! É uma verdadeira mina de ouro, com as mais variadíssimas receitas que nos fazem viajar, através dos seus sabores e culturas.
Era bom que se pudessem imprimir estas deliciosas receitas,para depois repeti-las na nossa cozinha com mais facilidade (se o blogue tivesse o ícone de imprimir), ou o ícone para poder receber as novas receitas no e-mail, seria muito bom!

Obrigada pela partilha destas maravilhosas receitas

Anónimo disse...

Pergunta a minha ingenuidade, e esta massa é o Luis Pontes que faz ou podemos comprar em supermercado ou loja ?
Bem haja
Antonio

Beh Müller disse...

Uma coisa que me agrada em teu blog é que és tu e nada mais! Assim, sem concessões. Por isso volto aqui todos os dias, mesmo te esperando. Muito booooom! Bjs, Beth Müller

Maria Glória disse...

Amigo, que forma mais interessante e bela de montar este burek. Realmente ficou com um excelente aspecto, além de deixar a certeza de ser muito saboroso.
Aproveito para desejar-lhe um bom natal a si e familiares.
Um abraço.

Luís Pontes disse...

Caro António,
Esta massa folhada fi-la eu, como de costume, porque como amador que sou, não dispenso estes trabalhos "preliminares", no fundo aquilo que me dá gozo, que é o que procuro (e encontro!) na cozinha. Por isso as minhas receitas são sempre temperadas com o ingrediente "tempo", umas vezes por ser necessário, outras porque eu faço batota e o introduzo para prolongar o prazer de fazer.
De qualquer modo, as massas folhadas industriais têm para mim o defeito de serem sempre uma incógnita, dizem no rótulo "massa folhada" e mais nada, quanto muito se são feitas com margarina ou com manteiga, o que é muito pouco.
Havendo tantas maneiras de folhar uma massa e sendo os resultados tão díspares, chamar apenas "massa folhada" é assim como comprar uma couve que venha numa caixa preta e que, por fora, tenha um rótulo a dizer: "couve"...
Abraço. Bom 2016!