Apesar do nome português ser
“vão”, usa-se muitas vezes o termo francês “carré”
para designar a peça constituída pelo conjunto inteiro das costelas, a partir
do cachaço e até ao lombo, geralmente de borrego*.
Chame-se-lhe o que se quiser, o certo é que um carré de borrego é a peça mais
emblemática do animal, não só pela delicadeza e suculência da carne como pela
elegância e requinte que os seus muitos modos de preparar permitem.
Perante um carré a
dificuldade é escolher como fazê-lo. Optei hoje pela simplicidade a roçar o minimal,
já que um apreciador incondicional das delícias ovinas, se é verdade que gosta
sempre, adora principalmente tudo o que preserve o sabor e o bouquet próprio daquela carne, para mais
de um borrego alentejano, criado a pasto, aqui junto à minha porta.
Ingredientes:
Vão de borrego
Sal
Pimenta
Preparação
:
Dê um golpe ao longo de cada costela, de modo a poder “despir”
o osso da carne que o envolve. Com a parte não cortante de uma faca, empurre
esta carne para baixo de modo a deixar a haste limpa.
Tempere por todos os lados apenas com sal e pimenta e deixe
descansar por uma hora.
Leve a forno quente (200°C) durante 20 minutos, sem juntar
qualquer outra gordura que não seja a que a própria peça encerra, após o que o carré estará cozinhado** mas sem acabamento exterior.
Flameje com um maçarico a superfície do carré até estar tostado a gosto.
Sirva.
Notas: * Por
vezes aplica-se a denominação “carré “ a esta mesma parte de bovinos ou suínos,
principalmente no Brasil. Em Portugal, quando se fala de um “carré “ estamos
geralmente a falar do de borrego.
** É
evidente que o tempo de forno indicado se destina a obter o nível de cocção que
eu prefiro, a que se pode chamar “muito mal passado”. Claro que outras
preferências implicarão outros tempos de forno e no caso do grau “bem passado”
ou “muito bem passado”, o flamejamento posterior é totalmente inútil.
1 comentário:
Faz uns 3 anos que me mudei para o Alentejo, para um lugar a que costumo chamar, por brincadeira, o triângulo das bermudas alentejano, Vidigueira, Alvito e Cuba.
E na verdade, nunca tive o privilégio de comer tal petisco, mas pelas fotos parece di_vino...
Bem haja
António
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