quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mexilhão em Vinagreta


............. "Trabalhar é bom pró galego" é aforismo antigo, entre nós, mas ilustra bem a razão porque a Galiza é hoje responsável pela produção de mais de metade dos mexilhões de todo o mundo*, qualquer coisa como o número astronómico de 257.000 toneladas/ano!
Certificado, protegido por DOP,
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é omnipresente na costa galega e produzido de forma natural nas bateas, plataformas flutuantes com 500m2, de onde pendem longas cordas com cerca de 15m onde os mexilhões se agarram e desenvolvem.
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Por cá, apesar das excelentes condições que temos desde a foz do Minho até ao Algarve (Caminha, Aveiro, Figueira, Lisboa, Setúbal, Faro, etc.), vai-se "produzindo" pelo sistema de ir apanhar às pedras e fazendo umas coisinhas eternamente experimentais...

É impossível passar pela costa galega e ignorar-lhe a presença, seja em certames dedicados, um pouco por toda a costa, seja em qualquer restaurante ou simples bar de tapas, preparados de mais maneiras que podemos imaginar, desde abertos ao vapor até em patés e, claro, desta forma que hoje vos trago e que é das minhas preferidas, a conjugação do sabor atlântico do marisco com o mediterrânico de uma vinagreta sui generis.

Ingredientes:
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1 kg de Mexilhão
1 Pimento verde
1 Pimento Vermelho
1 Cebola
Azeite e Vinagre de vinho ãã
Salsa
Pimenta
1 Ovo cozido (facultativo)
1 Tomate maduro (facultativo)
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Preparação:
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Limpe as cascas de aderências e das "barbas" e abra-as em lume forte, sem outro líquido que não seja o libertado pelos mexilhões.
Retire a valva livre, isto é, a que não tem mexilhão, e disponha-os numa travessa.
Em relação à vinagreta há duas opções: além dos ingredientes comuns, em quase toda a Espanha usa-se tomate e não ovo cozido; na Galiza o tomate é substituído por ovo cozido, cuja gema contribui para dar uma certa consistência à vinagreta. É a minha preferida.
Pique muito fino os ingredientes sólidos, misture-os bem com o azeite e o vinagre, tempere com a pimenta e ponha uma porção em cada mexilhão.
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Há ainda uma outra variante, também deliciosa e que convida o pão de um modo irresistível, que é retirar todas as cascas e passar os ingredientes da vinagreta pelo liquidificador. Fica assim:
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* fala-se desta variedade de mexilhão negro atlântico. Em termos absolutos, incluindo as variedades exóticas, a 1ª produtora mundial é, claro, a China.

4 comentários:

moranguita disse...

mas que ricos mexilhoes
ate a bem pouco tempo nao gostava deste marisco mas agora aprecio e bem
beijinhos

JF disse...

Com uma colher de molho de tomate, outra de queijo ralado em cima e gratinados, ficam deliciosos.

jamsilva disse...

Fiz o meu exame de mergulho a poucos metros das ditas Bateas. Uma paisagem submarina surreal. Obviamente depois dos mergulhos havia que matar a fome, e os mexilhões, juntamente com outros mariscos não escapavam.

Luís Pontes disse...

Ai, jamsilva, isso não se faz: falar de ambiente submarino galego a quem de lá veio há uma mísera semana e está ainda em processo activo de desabituação!
Este ano não houve a habitual borrasca de meio de Agosto e a água manteve o azul límpido "tropical", com visibilidades plenas a 20m!
E o grande espectáculo gótico das florestas de laminárias ondulantes, por baixo, e as grandes torres verticais sob as bateas, tudo com o sol a entrar por onde podia, nas horas da manhã... eu quero voltar!