Tal como noutros aspectos da nossa vida, também o peixe assado no forno levanta em geral uma premente questão de equidade, esse termo tão em moda para nossa desgraça, ou a falta dela, para falar com mais propriedade.
O problema é que tendo a enorme
maioria dos peixes uma simetria longitudinal perfeita, isto é, são idênticos os
seus dois lados, esquerdo e direito, o certo é que a técnica de assá-lo deitado
sobre um dos seus lados, provoca entre eles uma enorme disparidade de
resultados, com a parte superior, a que ficou fora do molho, dourada e com a
pele estaladiça e apetitosa e, pelo contrário, a que cozeu imersa no líquido
está isso mesmo, cozida, a pele mole, pode ter um excelente sabor mas só por
espírito de sacrifício ou muito amor é que alguém escolherá a parte mole de um
peixe assado.
Com este método, que hoje usei
com um pargo legítimo de 800g, a quantidade ideal para duas pessoas, ficam os
dois felizes e é por isso indicada para esta 114ª Trilogia com a Ana
e o Amândio, com tema “alecrim”.
Naturalmente, esta técnica não se
aplica aos peixes chatos, linguados, pregados, solhas, etc. por absoluta
impossibilidade geométrica.
Ingredientes:
1 Pargo (ou outro peixe)
Sal
Pimenta
Colorau
Alecrim
Azeite
Cebola
Alhos
Batatinhas de assar
Preparação:
Peça para lhe amanharem o peixe,
ao comprar. Isto quer dizer que o vendedor o escamará, irá aparar as diversas
barbatanas e retirar-lhe guelras e vísceras.
À chegada a casa o seu peixe
apresentará um golpe desde a base da entrecha até ao orifício anal, golpe esse
que serviu para retirar tripas, fígado, etc.
A sua parte começa agora, já que
um peixe assim amanhado, se pode chamar mal-amanhado.
Com uma tesoura, prolongue o
golpe na direcção da cabeça, até ao bico da entrecha, deixando-a completamente
aberta.
Verifique que, por mais que lave,
continua a existir uma massa de sangue escuro ao longo da coluna vertebral
(espinha).
É o baço, tem sempre mau sabor e pior cheiro e é o responsável por tanta gente odiar a parte da barriga ou “aberta” dos peixes.
É o baço, tem sempre mau sabor e pior cheiro e é o responsável por tanta gente odiar a parte da barriga ou “aberta” dos peixes.
Com o auxílio de uma faca pontiaguda,
rebente a membrana que cobre essa massa sanguínea
e remova-a esfregando-a com um pincel duro sob a água corrente.
Afaste então as duas partes da entrecha, salgue, moa pimenta preta para o interior e introduza na cavidade alecrim fresco.
Coloque o peixe em “pé”, apoiado na entrecha aberta, que fica a fazer as vezes de braços, sobre o que for a sua base preferida para assar peixe, neste meu caso sobre uma camada de rodelas de cebola e de alhos
e ladeado por batatinhas previamente entaladas por semi-cozedura, fritura ou micro-ondas.
Salpique com colorau, sal fino, pimenta, alecrim e passe um fio de azeite e um copo de vinho branco. Leve ao forno bem quente (190ºC) por cerca de 20-25 minutos ou até as batatinhas estarem douradas e o peixe assado por igual dos dois lados!~
e remova-a esfregando-a com um pincel duro sob a água corrente.
Afaste então as duas partes da entrecha, salgue, moa pimenta preta para o interior e introduza na cavidade alecrim fresco.
Coloque o peixe em “pé”, apoiado na entrecha aberta, que fica a fazer as vezes de braços, sobre o que for a sua base preferida para assar peixe, neste meu caso sobre uma camada de rodelas de cebola e de alhos
e ladeado por batatinhas previamente entaladas por semi-cozedura, fritura ou micro-ondas.
Salpique com colorau, sal fino, pimenta, alecrim e passe um fio de azeite e um copo de vinho branco. Leve ao forno bem quente (190ºC) por cerca de 20-25 minutos ou até as batatinhas estarem douradas e o peixe assado por igual dos dois lados!~
4 comentários:
Eu faço isso tudo, mas nunca me lembrei do alecrim que é onde está a "marosca". Agora nunca mais me vou esquecer. Abraço.
depois da trapalhice com o agendamento na semana passada, eis que surge um pargo a relampejar de bom aspecto :)
claro que por baixo estaria menos assado do que por cima ;)
Mais do que o alecrim, foi o pargo em pé quem trouxe a revolução...o meu próximo peixe não chato no forno tem de ser assim...
Beijo.
Há algum tempo que visito este blog e fico sempre encantada com a escrita e as receitas que vão surgindo.Muitos parabéns.
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