Os risotos, que é como quem
diz os arrozes malandrinhos dos italianos, são pratos muito simples, apesar do
que se vai ouvindo a partir de certos “mestres” profissionais, sempre
interessados em valorizar o que fazem, para tudo inventando mistérios, segredos
e complicações.
Com os risotos (e com qualquer
outro arroz), há que seguir a técnica, ter os cuidados que qualquer arroz exige
em termos de ponto de cozedura e cremosidade final e ter-se-á um prato de
agrado geral e a que poderemos sem medo de heresia, chamar um risotto!
Dito isto, passemos então a esta 116ª Trilogia, em que a Ana nos mandou, a mim e ao Amândio, fazer um risotto e em que eu
decidi ir pelos caminhos do mar e da sua carne mais preciosa, o atum fresco.
Ingredientes:
Caldo –
Cabeça(s) e postas de peixe
Rama verde de alho porro
Cenoura
Sal e pimenta em grão
Camarões
Risoto –
Azeite
Cebola
Alho
Louro
Tomate triturado
Arroz de bago curto (ou especial
para risoto)
Vinho branco
Caldo de peixe
Peixe cozido
Camarões cozidos
Lombo fresco de atum
Preparação:
Parta o atum em cubos pequenos e
tempere-o com sal grosso.
Faça um caldo de peixe com os
ingredientes indicados,
retire do peixe espinhas e peles e reserve, tal como as
cenouras, camarões e o caldo depois de
passado pelo chinês. Deste caldo, separe um copo que deve arrefecer e mantenha
o resto quente.
Refogue em azeite a cebola e
alho, picados, tomate triturado e troços de cenoura, da cozida para o caldo.
Introduza o arroz
e deixe fritar
até ficar translúcido. Usei arroz Redondo
espanhol que, além de muito boa goma apresenta um bom comportamento no que se
refere a resistência à cozedura, como os tradicionais arrozes de risoto,
italianos (Roma, Carnaroli, Arborio, Vialone, etc.), embora se possa usar também
o português carolino, se bem que requeira cuidados redobrados e um ponto de
cozedura muito preciso.
Quando o arroz apresenta os bagos
quase transparentes, junte então um copo de vinho e, mexendo sempre, deixe-o
evaporar por completo.
Vá então adicionando conchas de
caldo a ferver,
uma de cada vez e mexendo continuamente, adicionando uma nova
concha de caldo só quando a anterior estiver absorvida.
Depois de algum tempo, variável
consoante a variedade que estiver a utilizar, o arroz estará cozido, isto é, já
não apresenta “coração” mas o bago está fechado e firme. Chegou o momento para
adicionar o peixe limpo com que fez o caldo,
bem como os camarões, deixe
levantar fervura, apague o lume* e
junte os cubos de atum, previamente lavado do sal que pudesse ter ainda por
fora.
Envolva no arroz, tape e conte dois minutos.
Adicione então o copo de caldo frio, que se
destina a parar a absorção de líquido pelo arroz e sirva* de imediato.
Nota: * Nos risotos “americanizados”, o uso de queijos, quer na
fase final da cozedura, fundido no arroz, quer polvilhado por cima já no prato,
são obrigatórios, bem ao gosto norte-americano.
Pessoalmente, prefiro os risotos
sem essa contaminação dos sabores originais do prato e sigo o procedimento
popular italiano, em que o uso do queijo é facultativo.
6 comentários:
É sempre um gosto ler, e ver, as suas receitas. Esta está, para não variar, com um aspecto extremamente apelativo!
qual a razão que o leva a considerar o atum fresco a "carne mais preciosa" do mar?
Tiago,
A razão é simples: O atum é muitas vezes considerado, pela sua textura, aspecto e sabor, como a "carne do mar". Quanto ao ser "precioso", é apenas o meu gosto a falar; eu adoro atum e nisto dos blogs, cada um fala pelo seu gosto.
E já experimentei um sem queijo e sem reclamações.
Este de atum deixou-me a pensar... ainda sai por aqui...
Vamos num pulinho até à 117!
Beijo.
estou aqui sim senhor e estou é com a boca a desfazer-se, que maldade! é uma hora da manhã!, pena não ser meu vizinho e batia-lhe já à porta, deve ter sempre uns restos bem bons e amanhã batia de novo pois dizem que cabe sempre mais um prato na mesa, o meu, que a comida feita pelos outros é a que me sabe bem,o que hei-de fazer se tenho este incómodo, e a sua a ser verdade, verdade no sentido de existir, ah que dor, que lamento, este blog é desesperante para quem mora no campo sem nada no frigorifico que se compare às suas graças, é uma tortura para quem gosta mais de comer do que cozinhar. vou dormir mas o que me apetecia era comer era o risoto e o pão com youg grego com coentros e o sacchettini com molho de rúcula mas pronto não há não há e agradeço a tortura porque amanhã irei tentar cozinhar algo muito especial para me consolar e os meus parabéns por essas composições magnificas que faz, pena não ser eu a come-las, como já disse!!!!sim já disse!!!
Muito Apetitosa a receita. Parabéns
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