São os únicos bolos que me saem sempre bem!
A razão é bem simples: é que em bolos tradicionais eu não invento nem experimento. É uma espécie de respeito ou coisa que o valha, que faz com que eu tenha um prazer quase atávico em fazer "bem" receitas de filhoses, broas, arroz-doce, bolo-rei, rabanadas, ovos moles e, claro, o Folar da Páscoa!
Faço todos os anos um folar, de modo a poder ser comido ainda morno ao pequeno-almoço de Domingo de Páscoa.
Este ano, porque prometi há dias à Anna que ia aqui mostrar o meu folar, vou fazer dois, este excedentário feito para Domingo de Ramos, de modo a poder posar para a foto antes do seu dia.
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Ingredientes (folar grande, 4-6 ovos):
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850g de Farinha de Trigo (usei a 65, mas a 55 também dá)
250g de Açúcar
125g de manteiga
1 - 1,5dl de leite
20g de Fermento de Padeiro
4-5 ovos, conforme o tamanho
1 colher de chá bem cheia de Canela
1 colher de chá bem cheia de Erva Doce em pó (usei em grão, moída no almofariz)
1 colher de café de sal
Ovos cozidos (esta quantidade de massa aguenta 4 a 8 ovos)
Gema de Ovo para pincelar.
Geleia de Marmelo
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Preparação:
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Desfaça o fermento em leite morno até estar bem dissolvido. Derreta a manteiga e misture então todos os ingredientes excepto a gema de ovo e a geleia. Amasse bem, (eu usei a máquina do pão no programa 8, por duas vezes). A idéia é fazer uma massa bem dura e firme e, para o conseguir, deve ajustar as quantidades de farinha-leite. É mais importante que a massa fique realmente firme, para não "baixar" durante o tempo em que vai levedar.
Separe um pouco de massa para fazer as tiras com que irá "prender" os ovos, molde a restante em bola, enfarinhe, ponha logo no tabuleiro em que irá ao forno e deixe em repouso em local ameno mas não aquecido até que tenha duplicado o seu volume inicial, o que deve levar 5-7 horas se tudo esteve bem no que respeita a quantidade de fermento e calor ambiente.
Quando estiver lêveda, introduza os ovos cozidos até metade e cubra-os com tiras de massa, pinceladas com água fria do lado em que vai estar em contacto com a restante massa e os ovos, para colar.
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Pincele com gema de ovo e leve a forno quente durante cerca de 20 minutos, tapando com folha de alumínio se vir que começa a escurecer demais antes de estar cozido.
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Ao sair do forno, ainda muito quente, pincele a superfície com um pouco de geleia de marmelo diluída para ficar brilhante.
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Nota: A capacidade de absorção das farinhas varia imenso e é incontrolável, às vezes dentro da mesma marca existem diferenças. Com o real tamanho dos ovos passa-se o mesmo.
Aconselho a misturar primeiro os sólidos e a manteiga e ir juntando aos poucos os elementos líquidos para ter a certeza que a massa não vai ficar mole. Nos folares caseiros, o defeito mais comum é o efeito "chapata" em que o bolo alastra e fica como uma enorme panqueca ao levedar, por ter demasiados elementos líquidos. Não hesite em cortar no leite ou nos ovos, se tal for necessário. A lentidão com que um folar cresce é essencial para que, no fim, a bolo não fique seco e com bolhas grandes por dentro, outro dos defeitos comuns aos caseiros e geral nos industriais, que carregam no fermento e na estufa para despachar serviço.
4 comentários:
Que lindo folar, Luís!
Estas tradições e o respeito que as cerca, encantam-me, de verdade... é um ritual fascinante, com um resultado delicioso!
Obrigada e beijinhos.
Ficou lindo e deve estar delícia!
É dos maiores que já vi por aqui! Mas vai evaporar-se num instante...hehehe:)
espero postar o folar da páscoa feito pelo meu pai no forno a lenha...
é muito diferente (e, nada de especial)
agora, Maria João Pires a "tocar" a Mondschein-sonate op. 27 (nem digo nada)
vou tentar fazer um igual...mas n sei se vou conseguir
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