quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sopa de Feijão e Borrego

                 Quando propus à Ana e ao Cupido o tema “Cozinha de Inverno” para servir de embalo a esta 59ª Trilogia, a ser publicada na véspera do primeiro dia de Inverno (começa amanhã, dia 22, às 5.30h), tinha apenas uma ideia vaga do que isso significasse, e, agora aqui chegados, não terei ainda ideias particularmente assentes sobre o assunto.

Na verdade, acho que “cozinha de Inverno” é aquela que nos sabe particularmente bem quando chega o frio e que, mesmo com a casa bem aquecida, nos faz arrepiar à ideia de um gélido gaspacho ou uma refrescante saladinha e, pelo contrário, ansiamos por aqueles pratos fumegantes, quentes por dentro e por fora, os cozidos, os empadões, as feijoadas e, claro, as boas e insubstituíveis sopas.
Sopas, há-as de duas espécies, as fáceis e as outras, as de receita e as da alma. Se das primeiras falo sem rebuço e com o à vontade que nos dão as receitas certinhas, ele é o caldo verde, ele é o gaspacho de cá ou de lá, la zuppa da mamma, la soupe quelque chose que vem em todos os livros, blogs e pasquins de receitas, já das outras, sem nome nem griffe, nossas, íntimas, telúricas, impossíveis de transmitir numa receita, às vezes impossíveis até de repetir porque transportam em si momentos e emoções irrepetíveis, não me agrada falar, como de coisa sacrílega se tratasse.
Mas hoje é mesmo disso que se trata: uma sopa minha, única, pessoal e de época fria, que aqui deixo na esperança que vos possa servir de rastilho a outras também únicas e pessoais, porque estas sopas merecem mais do que ser repetidas ou imitadas.

Ingredientes:

Peito de borrego
Azeite
Pimenta preta
Alhos
Cenoura
Nabo
Couve tronchuda
Feijão catarino
Batata pequena
Sal
Pão duro

Preparação:

Coza os pedaços de peito em água com os alhos, sal e pimenta, durante cerca de 40 minutos.
Junte cenoura e nabo em pedaços grandes e alguma couve portuguesa, se possível da chamada “tronchuda” e deixe cozer por mais 20 minutos. Adicione então o feijão cozido, a batata em cubos pequenos e um fio de azeite e deixe cozer mais 10 minutos em lume brando. Apague e deixe mais 10 minutos tapada e em repouso e sirva então, muito quente sobre uma fatia de pão duro. Se o borrego for já muito gordo, corte com uma folhas de hortelã.

O Outras Comidas deseja a todos os seus amigos e visitas, um Bom Natal.

5 comentários:

Lídia Fernandes disse...

Votos de Boas Festas e um Feliz Natal.

cupido disse...

Isto do borrego na sopa tem que ter muito do sentido do gosto para aí virado. Coisas boas deste pikeno jardim que apesar de tudo, não é só povoado por idiotas.

Esta foi mais uma trilogia que me fez lembrar como estas nossas partilhas são boas.

Grande abraço.

anna disse...

Agora deste-me vontade de fazer a minha sopa de borrego... é bem diferente desta tua, mas bem deliciosa.
Uma trilogia quentinha esta!
Beijinhos.

efepe disse...

É verdade: mais uma festa k se aproxima. Bom Natal para todos.

Lenita disse...

Esta receita, Luís, fez-me viajar no tempo e parar na cozinha da minha avó Rosa, em Vila Verde dos Francos, onde sopas deste tipo deixavam asbarriguinhas cheias e as caras dos netos rosadas! Obrigada pelo despertar de boas memórias e aromas do passado.