Quando o tempo aquece e passa a haver esse
não-sei-quê de cheiro a férias e ar livre, o meu proverbial gosto por
preparações lentas e pratos que não se fazem em meia hora, dá lugar a uma
preguiça culinária sem igual.
O Verão, tema
desta 88ª Trilogia com a Ana e o Amândio, é a altura em que torno a minha cozinha minimal, procuro a
simplicidade e a leveza e chego mesmo a utilizar uns truques “inconfessáveis”
para despachar o petisco. Digo petisco porque se tornam para mim especialmente
apetecíveis esses maravilhosos cozinhados que são feitos para acompanhar uma
conversa, um copo ou, simplesmente, deixar ainda um "ratito" saudável para uma
boa noite de sono, que no Verão, às vezes, também se dorme.
Além de ser um "quanto-baste" aconselhável em termos de
alimentação no tempo quente, o petisco cumpre ainda essa função primordial de
acompanhar os refrigérios com que repomos esforçadamente os líquidos que
perdemos a todo o instante nesta estação.
Se, por cá, onde até os singelos tremoços já vão rareando
e quando aparece algum “aperitivo” é, as mais das vezes uma mistura salgada de grãos e sementes, duros, ou umas desenxabidas pipocas salgadas, já na nossa vizinha Espanha existe o salutar
hábito de se fazer acompanhar as cañas
com algum pincho de uma enorme
variedade de coisas boas, que nuestros
hermanos são, indiscutivelmente, os reis dos petiscos.
Quando toca a acompanhar uma cerveja bem gelada, nada me
sabe melhor que uma tortilha de batata, ainda fervente a queimar a boca, fogo a
pedir um gole fresco sem demora, depois mais um pedaço de tortilha e por aí
adiante ao ritmo da conversa estival.
Mas acontece que fazer uma tortilha a preceito é coisa
demorada e, quando nos apetece ter ali uma, é para agora, não para daqui a uma
hora, e por isso, há que inventar e experimentar, deitar mão dos truques, mesmo
que algo sabujos, mas conseguir ter a tortilha ali na mesa em menos de 10
minutos, vale bem um ou outro pontapé nas boas práticas de preparação de uma
tortilha, que reservamos para as outras que, com o tempo por nossa conta,
iremos fazer pelo Inverno fora.
Ingredientes:
Cebolas
Alhos
Batatas fritas em palitos
Azeite
Ovos
Sal e pimenta
Salsa
Preparação:
Parta duas ou três cebolas grandes em meias rodelas, pique alhos a
gosto e estale tudo em azeite e lume forte até a cebola amolecer.
Junte então batatas fritas de pacote, sensivelmente o
mesmo volume que faz a cebola,
envolva, deixe fritar o conjunto por uns segundos
e vaze-o para uma tigela onde bateu meia dúzia de ovos com sal, pimenta e
salsa picada.
Vaze tudo para uma frigideira oleada e frite em lume médio/baixo,
dos dois lados, até estar cozida e adquirir uma bela cor dourada, mais ou menos
conforme o gosto.
Parta em pedaços grandes
e estes, por sua vez, em cubinhos
de tamanho ideal para espetar com um palito e ir comendo sem necessitar ir ao
prato.
Se quiser, tenha disponível uma taça com aioli para ir
molhando os pedaços de tortilha antes de viajarem até à boca e não esqueça a sua cerveja preferida ou até um verde bem fresquinho, que comer tortilha a seco, embaça!
4 comentários:
Fantástica! Adorei, adorei!... Eu cá adoro conhecer os estes truques menos ortodoxos, para quando fazem jeito...
Aprovadissima essa tortilha. Bem ao meu gosto, deliciosa e despachada.
Bjkas
A tua ficou muito mais bonita que as minhas... sniff!
Batatas de pacote!!!! Quem diria...Ficou com um aspeto divinal e tentador.
Beijinhos.
Olá Luis,
gosto imenso de tortilha, nunca tinha pensado fazer assim! Boa sugestão.
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