Nesta
altura de férias e ar livre, em que as comidas se tornam leves e se querem
rápidas, ganham foros de cidadania as pastas para barrar pão, tostas ou
bolachas, e de entre elas, figura como uma das minhas preferidas, a pasta de
sardinha.
Sendo precisamente “sardinha” o tema desta 93ª Trilogia, estival, com a Ana e o Amândio, nada melhor que uma pasta, neste ano em que as boas sardinhas andam envergonhadas e arredias dos nossos mercados.
Sendo precisamente “sardinha” o tema desta 93ª Trilogia, estival, com a Ana e o Amândio, nada melhor que uma pasta, neste ano em que as boas sardinhas andam envergonhadas e arredias dos nossos mercados.
Por vezes recebo mensagens dos meus leitores em que sinto
um certo sorriso em relação à minha aparente mania de fazer muitas daquelas
coisas que o tempo foi atirando inexoravelmente para a categoria do que se
compra já preparado. Isto passa-se com massas, molhos, conservas, bolos de
pastelaria, charcutarias, compotas e, claro, as pastas. É verdade, mas não é
mania!
O que se passa é que não abdico, sempre que posso, de
escolher os meus sabores, de variá-los à minha vontade e não à vontade do
director de marketing de uma qualquer companhia global ou local.
Com as pastas de sardinha comerciais, é exactamente o que
se passa: feitas à máquina, apresentam-se como uma espécie de papa farinada e
farinhenta, são muitas vezes boas quanto a sabor, mas imprestáveis, sem uma única
excepção, quanto àquilo que mais valoriza uma pasta de peixe, a sua textura
peculiar.
Ingredientes:
2 latas de sardinhas em óleo (117g depois de limpa)
32g de azeitonas galega, descaroçada
60g de maionese de leite
Preparação:
Abra as latas e escorra o óleo que banha as sardinhas, que
devem ser das grandes, três sardinhas por cada lata.
Passe cada sardinha sob um fio de água corrente, de modo a
que a água destaque e remova a pele e escamas, deixando a sardinha com este
aspecto.
Retire então as espinhas e vá pondo o músculo num pano.
Forme como que uma trouxa à volta da carne de sardinha,
agrupando as pontas do pano
e esmague o conteúdo com movimentos circulares e enérgicos,
como se faz para os pastéis de bacalhau e que deixará as fibras desfiadas
intactas e com este aspecto.
Esta operação é que fará a verdadeira diferença.
Descaroce azeitonas pretas de cura natural, como a intensa
e pequena galega, de modo a perfazer cerca de um quarto do peso da sardinha
desfiada e pique-as à faca.
Junte a sardinha com a azeitona picada e com a maionese de
leite* (metade do peso da sardinha.
Mexa bem e prove quanto a sal, que depende da quantidade
transmitida pelos ingredientes, muitas vezes nem é necessário.
Sirva em tostas, bolachas ou pão e conserve no frio.
Notas:
*A maionese de leite faz-se como uma de ovo, em que o ovo
ou a gema são substituídos por 2-3 colheres de chá de leite. Deve respeitar
também a uniformidade das temperaturas leite/gordura e só acrescentar limão ou
vinagre depois da emulsão feita.
A maionese de leite evita a quase certa
contaminação a partir do ovo que, no Verão, está quase sempre em condições
bacteriologicamente deploráveis para ser consumido cru.
2 comentários:
Uma pasta de atum bem tentadora à perdição....
Um abraço
Abençoadas manias que desmontam as «montagens»...
Ainda não experimentei a maionese de leite, mas não tarda.
Beijos.
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