Ligeiramente
estimulante e profundamente refrescante, o Iced
tea é, por excelência, uma bebida para o tempo quente.
Infelizmente, fabricados com água, adoçantes ou açúcar,
extractos e essências, reguladores de acidez e corantes, as latas ou garrafas
das marcas à disposição no mercado estão longe de ser capazes de satisfazer
alguém para quem o chá seja mais que uma água quente qualquer, com uma cor e um
aroma.
Do mesmo modo que será difícil encontrar um apreciador de
vinho que escolha uma sangria, também não será fácil encontrar um apreciador de
chá que sinta prazer num iced tea
comercial. Em ambos os casos são usadas matérias-primas indiferenciadas, quer o
vinho, quer o chá e os resultados são totalmente desanimadores. Há poucas
coisas mais frustrantes que não poder encontrar na frescura do nosso iced tea, uma nota de um Pu-Erh, de um Countess Grey, um Darjeeling ou o “fumo” de um Lapsang Souchong.
É por isso que eu faço os meus iced teas! Aplico-lhes a técnica geral dos xaropes, uso os meus
chás preferidos e tenho durante todo o ano, prontos a servir com o simples
adicionar de água gelada, as mais maravilhosas das bebidas refrescantes: os
meus iced
teas!
Ingredientes:
Folhas de chá
Água mineral leve (pouco mineralizada)
Açúcar
Raspa de vidrado de limão
Ácido cítrico em cristais
Preparação:
Infunda folhas de bom* chá e raspa do vidrado de limão** em
água mineral leve, a ferver, de modo a obter um chá fortíssimo.
Filtre.
Pese o chá obtido, leve-o ao lume e adicione o mesmo peso de
açúcar. Deixe levantar fervura, adicione uma colher de sobremesa de cristais de
ácido cítrico por cada litro de xarope pronto, engarrafe e rolhe assim a
ferver.
Nota: * Claro
que, para este fim, seria ridículo o uso de preciosidades como um Golden Monkey, um Tuocha, um Long Jing ou um Darjeeling dos patamares superiores. Estou a falar de um dos chás
indicados no texto, ou de um simples Earl
Grey ou English Breakfast.
**Use um limão por cada meio litro de água em que infundiu o
chá.
7 comentários:
Também se poderá usar ervas para tisanas, príncipe, limonete, cidreira etc?
Igualmente, interessante.
Luis, um bom final de semana, que já se aproxima e um abraço.
Maria Rosmaninho,
É claro que qualquer tisana serve, veja o xarope de tília do post anterior.
Com café bem forte, faz igualmente um mazagran portentoso.
Com muita pena minha vou ter que descartar um "iced tea" de chá vermelho porque ao fim de três semanas apareceu bolor à superficie.
Segui a receita com o senão de reduzir o açucar, o que não me parece que seja o problema. Que se poderá ter passado?
António,
Na verdade não deverá ter sido a quantidade de açúcar.
O que determina a resistência de uma qualquer solução açucarada aos bolores é, em primeiro lugar, o Ph, sendo que os bolores têm tendência a não se dar bem em ambientes francamente ácidos, razão porque uso o ácido cítrico em cristais e não o sumo de limão, muito mais difícil de dosear. Eu deveria ter sido mais explícito quando falei em colher de sobremesa: não é rasa, é mesmo cheia.
A outra questão é a esterilização da solução e da vasilha. Eu não sou muito rigoroso, fervo apenas os recipientes por poucos minutos, porque engarrafo com o xarope mesmo a ferver e como uso mais açúcar a temperatura é ainda maior e o próprio xarope acaba com qualquer esporo que pudesse ter escapado. Com esse método, que sigo em qualquer conserva, tenho mantido afastados os arreliadores bolores.
Obrigado Luis pelo esclarecimento, deve mesmo ter sido por falta de ferver o recipiente porque o xarope estava acabado de ferver e o ácido cítrico foi suficiente
Sentindo falta de suas receitas!
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