H é filho de O!
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H é um dos mais promissores jovens chefs, em vigorosa e inspirada ascensão, não só em Lisboa como por outras capitais desse mundo!
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Deste lado da cerca, nós, conhecemos e distinguimos os chefs por aquilo que melhor os define e distingue: a sua comida! Com o tempo vamos percebendo as inconfundíveis "assinaturas" que um grande chef deixa no que faz e que, fazendo as delícias de quem as prova, vai construindo uma aura mítica à sua volta e, forçosamente, vamos esquecendo o homem ou mulher, humano de carne e osso e fraquezas e família que está por trás do mito.
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O é mãe de H, a "mãe do chef"!
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Se é verdade que qualquer mãe influencia, para o melhor e para o pior, o futuro dos seus filhos, não é menos verdade que, quando esse caminho é o da cozinha, se pode dizer, sem risco de errar, que por trás de um grande chef está sempre a cozinha-matriz que ele acompanhou e que o acompanhou na casa da juventude, que despertou os sentidos e o desejo, o gosto e a vontade de fazer com as suas mãos essas criações, quiçá modernas, inspiradas, provocantes, mas, no fundo, réplicas dos sabores únicos nunca repetíveis dos pratos da "mãe do chef".
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Um dos pratos de O, jóia na sua coroa de cozinheira matriarcal, é este Arroz de Coelho, que faz H largar espumas, confitados, mousses, crostas, carpaccios e reduções, para voltar, sempre uma vez mais, a provar esta verdadeira maravilha.
Também eu experimentei e percebi! É assim:
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Ingredientes:
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1 Coelho
1 dl de Azeite
4-5 dentes de Alho
1 Cebola
1 folha de Louro
3 cabeças de Cravinho
1 Tomate bem maduro ou 1dl de polpa
Sal e Pimenta
2 dl de Vinho Tinto
Arroz Carolino
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Preparação:
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Parta o coelho em pedaços e aloure-o em azeite e alho picado.
Junte então a cebola picada, louro, cravinho, tomate, sal e pimenta e, por fim, o vinho tinto.
Deixe estufar e apurar.
Junte então o arroz e três vezes o seu volume em água.
Deixe cozer em lume brando por doze minutos e sirva logo, bem malandro, não deixando secar.
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Nota:
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Se não tem a certeza que todos estarão prontos para comer no minuto exacto em que o arroz fica pronto, use apenas dois terços da água para cozer e, no fim da cozedura do arroz, junte o terço reservado, frio, e mexa.
Assim, baixa a temperatura do "tacho" e o arroz não continua a absorver água e a secar, já na mesa, ficando sempre húmido.
Esta técnica é utilizável em qualquer arroz malandro e também nos risottos.
4 comentários:
Luís, consigo só aprendemos coisas boas. Não costumo fazer arroz de coelho, precisamente por secar muito depressa e perder a graça...
Este é tão simples que deixa adivinhar os sabores e os aromas que saem decerto daquele tacho...
Beijos.
Luís, só pra desejar um Feliz Ano Novo e que em 2009 tenhamos muita comida ou melhor, muitas outras comidas e quem sabe, caseiras !!
Abs a todos e que venha o novo Y !
bem, esse arroz tem tudo para homenagear um belo coelho. há imenso tempo que não preparo coelho e o próximo será à caçador; entretanto, fico a pensar nesta bela proposta (e o pormenor do tempo e modo de servir, faz lembrar o do arroz de marisco...)
Estou deliciado da forma como este grande SENHOR Luis explica pormenorizadamente a forma a não se errar ao fazer os maravilhosos "pratinhos".
Obrigado. Bem haja.
Um abraço
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