quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dip de iogurte com beringela e cogumelos

                     Um “dip” é um molho que funciona como acompanhamento mas não entra na confecção do prato. Usa-se para dar aroma, sabor, textura a comidas como grelhados, fondues, tapas ou até para ser ele próprio a estrela, quando comido sobre tostas ou pão.
São exemplos de “dips”, coisas tão comuns como ketchup, aioli, mostarda, hummus ou Tzatziki, o famoso dip grego de iogurte que serviu de inspiração a este que hoje ilustrará o tema “iogurte” desta 64ª Trilogia com a Ana e o Cupido.

Os dips de iogurte são característicos das cozinhas grega, turca e dos países dos Próximo e Médio Oriente, são tão variados quanto a imaginação e o gosto e foram há muito adoptados pela cozinha internacional, nomeadamente como molhos para saladas, aproveitando o facto de serem molhos que permitem um belo efeito com reduzidos custos calóricos, principalmente se comparados com as bases gordas dos molhos espessos tradicionais.
A base de um dip de iogurte é, naturalmente, o iogurte, e conforme for a consistência final desejada, mais ou menos líquida, assim se usará iogurte natural, iogurte grego ou iogurte escorrido, que são todos apenas iogurte, diferindo entre si na quantidade de soro que mantêm.
Para obter iogurte grego, ponha a escorrer num pano iogurte natural de leite inteiro (3,5% m.g.), até obter  35-40% do peso inicial em soro. Bata o restante e terá iogurte grego excelente e a um preço significativamente mais baixo que o que gastaria comprando-o já “grego”.
Para obter iogurte escorrido, deverá prolongar o período de escorrimento até ter 45-50% do peso inicial em soro e a parte sólida firme como requeijão. Usa-se o iogurte escorrido quando os elementos a incorporar são, eles próprios, líquidos ou húmidos e se pretenda um dip espesso.

Ingredientes:

Iogurte escorrido
Beringela
Cogumelos
Sal e pimenta
Azeite
Cominhos em pó
Canela em pó
Coentros frescos
Sumo e raspa de limão
Azeitonas pretas

Pão tipo pita

Preparação:

Escorra o iogurte de véspera, para que tenha tempo de sair metade do seu peso em soro.
Descasque e corte a beringela em fatias finas e salgue-as durante uma hora. Lave bem para retirar todo o sal, esprema e frite até amolecerem numa frigideira apenas untada de azeite.
Reserve.
Nessa mesma frigideira e aproveitando os restos de gordura, salteie cogumelos apenas limpos mas não lavados.
Reserve.
Triture os cogumelos, a beringela, azeite e um pouco de sumo de limão, misture bem com o iogurte escorrido e junte um nada de raspa de limão, uma pitada de canela, outra de cominhos, alho esmagado e pimenta.
Prove o dip antes de rectificar o sal (varia a quantidade consoante o transportado pela beringela), adicione azeitonas pretas descaroçadas e picadas, mexa bem e ponha no frio.
Sirva como entrada com pão árabe ainda morno,
tipo pita mas feito na chapa, à maneira dos pães do deserto, isto é, faça massa para pão de trigo, amassando farinha, fermento, sal e água. Depois de levedado, divida em pedaços e estenda-os em rodelas, com os dedos ou com rolo e deixe crescer de novo.
Asse estas rodelas ao lume, numa chapa quente ou frigideira seca,
dos dois lados, 4 a 5 minutos de cada lado, até estarem cozidos e louros por fora.
  

7 comentários:

anna disse...

Por aqui aprende-se sempre qualquer coisa...
As beringelas e eu não somos as melhores amigas, o mesmo não direi do iogurte que adoro.
Desta vez comprei o iogurte já grego mas já experimentei fazer como tu e resulta mesmo(claro),
Beijinhos.

Ondina Maria disse...

O dip de beringela com iogurte já conhecia, mas gostei da sugestão de juntar os cogumelos. E as nossas adoradas pitas (o senhor-cá-de-casa é meio grego) são sempre ideais para os dips. Na chapa, pois claro!

Fernando Frazão disse...

Declaração de interesses:
O seu blog é uma(para não dizer a...) referencia culinária na minha cozinha. A família e os amigos agradecem.
Quero deixar-lhe uma nota não culinária sobre este post.
Em nenhuma circunstancia o termo Dip pode ser escrito no plural como "DIP's"
Se é um acrónimo, em português, os mesmos não têm plural e em inglês o plural escreve-se DIPs e não DIP's. Esta notação configura o caso possessivo e não o plural.
Já agora. De onde vem o termo DIP?
Grande abraço e continue a dar-nos excelentes receitas mesmo com alguns erros de notação.
Grande abraço.

Fernando Frazão disse...

Em complemento ao meu comentário anterior estive a pesquisar na net a origem do termo e fiquei esclarecido com a consulta (deveria tê-lo feito antes) neste site http://www.thefreedictionary.com/dip onde também se pode ver que o plural de dip é dips,
Cumprimentos

Luís Pontes disse...

Obrigado Fernando Frazão.
Os malvados apóstrofes vão já passear,apesar de eu não estar a escrever em inglês, dip não ser termo inglês, pelo menos o meu Longman não o reconhece (dado que não se trata do verbo to dip), penso que também não seja acrónimo(só em medicina ou informática é que há D.I.P.), aqui era usado como um termo culinário de uso internacional para este vipo de molhos.

Fernando Frazão disse...

O diccionário de Inglês-Português da Porto Editora reconhece o verbo to dip e traduz como mergulhar.
O TheFree Diccionary explica que dip significa (entre muitas outras coisas) "To plunge briefly into a liquid, as in order to wet, coat, or saturate or To color or dye by immersing: Ex: dip Easter eggs.
Provavelmente o termo "abastardou-se" para a cozinha "em mergulhar qualquer coisa num molho com o objectivo de lhe melhorar o sabor.
Cumprimentos

Luís Pontes disse...

Fernando Frazão,
Foi provavelmente o que aconteceu, sim. Tal como no meu Longman - Dictionary of the English Language, também os seus dicionários apenas reconhecem o verbo e não o substantivo.
Em culinária internacional, utiliza-se dip de um modo absolutamente substantivo, designando o molho em si e não o modo como ele é utilizado. Também na culinária, as línguas vivem e avançam, à frente dos dicionários e raramente atrás deles!