.................. Se há coisa de que gosto mesmo é de inventar cozinha tradicional!
Isto de "inventar tradição" não é engano e é apenas aparentemente paradoxal; aqueles que por aqui vão passando sabem que é até o fio condutor mais consistente deste blogue.
Isto de "inventar tradição" não é engano e é apenas aparentemente paradoxal; aqueles que por aqui vão passando sabem que é até o fio condutor mais consistente deste blogue.
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Fazer e comer as comidas dos nossos avós é uma experiência riquíssima de viagem no tempo às nossas raízes e alma enquanto povo, é como visitar, na mesa, um riquíssimo museu etnográfico; mas fazer dessas receitas a pauta canónica da nossa cozinha é o mesmo que, em vez de ir ao museu, passar a viver no museu.
É ao mergulharmos nesses sabores ancestrais, ao conhecermos intimamente essa cozinha que foi a dos nossos pais e avós, que passamos a ter uma paleta de ingredientes, técnicas, sabores que podemos agora misturar e reinventar à nossa maneira sem por isso deixar de ser a nossa Cozinha.
Fazer e comer as comidas dos nossos avós é uma experiência riquíssima de viagem no tempo às nossas raízes e alma enquanto povo, é como visitar, na mesa, um riquíssimo museu etnográfico; mas fazer dessas receitas a pauta canónica da nossa cozinha é o mesmo que, em vez de ir ao museu, passar a viver no museu.
É ao mergulharmos nesses sabores ancestrais, ao conhecermos intimamente essa cozinha que foi a dos nossos pais e avós, que passamos a ter uma paleta de ingredientes, técnicas, sabores que podemos agora misturar e reinventar à nossa maneira sem por isso deixar de ser a nossa Cozinha.
Na verdade a Cozinha sempre foi uma entidade viva que cada geração reinventou e modificou a partir da sua herança e deixou uma nova herança à geração seguinte: é assim que funciona a tradição, algo de vivo e bem diferente do conceito conservacionista hoje dominante que, basicamente, defende a cristalização para sempre das receitas recolhidas há 100 anos, como se aquilo que é vivo pudesse ser ao mesmo tempo arqueológico, como se praticar uma cozinha com raízes fosse sinónimo de adotar os hábitos alimentares campesinos e rústicos do Portugal do tempo dos nossos avós!
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Quando a Ana indicou a batata-doce como tema para esta 16ª Trilogia comigo e com o Cupido, apeteceu-me inventar um bolo "tradicional" de batata doce, numa Cozinha onde, à parte as broas castelar há muito pouco de utilização destas raízes em bolos ou doces.
Quando a Ana indicou a batata-doce como tema para esta 16ª Trilogia comigo e com o Cupido, apeteceu-me inventar um bolo "tradicional" de batata doce, numa Cozinha onde, à parte as broas castelar há muito pouco de utilização destas raízes em bolos ou doces.
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.Ingredientes:
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300g de puré de batata doce
250g de açúcar
5 ovos
1,5 dl de azeite
1,5 dl de água-mel* (ou melaço de cana)
125g de miolo de noz
125g de passas sem graínha
Vinho do Porto ou rum, q.b.
200g de farinha com fermento
1 pitada de sal
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p/ recheio (Doce de batata-doce):
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250g de puré de batata doce
250g de açúcar
4 gemas
Raspa do vidrado de 1 limão
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Preparação:
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Ponha as passas a macerar no Porto ou rum, um dia antes.
Descasque, parta em pedaços e coza em água, cerca de 750g*** de batata-doce de polpa amarela. Escorra bem
. e passe por passe-vite ou espremedor, de modo a obter 550g de puré seco e misture com o açúcar. Reserve.
.Separe claras e gemas de 5 ovos e bata as gemas com o puré açucarado, azeite e água-mel (ou melaço),
, até obter uma mistura cremosa e fôfa.
Adicione então a farinha peneirada, depois as passas escorridas e a noz triturada fino,
Adicione então a farinha peneirada, depois as passas escorridas e a noz triturada fino,
. mexa bem e, por fim, envolva na massa as claras batidas em castelo firme com uma pitada de sal fino.
. Leve a forno bem aquecido a 190ºC, em forma untada e enfarinhada**, durante 12-15 minutos e depois a 150ºC por mais uma hora ou até estar cozido (palito).
. Desenforme para o lado que preferir, deixe arrefecer por completo, corte em 3 andares e barre com doce de batata-doce frio,
, feito levando os ingredientes (as gemas sem a película)
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ao lume mexendo sempre até engrossar.
. Decore se para tal tiver gosto e paciência e,
, principalmente, delicie-se com estes sabores tradicionais num bolo "tradicional" acabado de nascer e que, seguramente, muito poucos provaram ainda.
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Notas: *A água-mel é um xarope negro feito com a água evaporada de lavagem dos utensílios utilizados na cresta do mel pelos apicultores. É virtualmente impossível obtê-la em ambiente citadino e pode ser substituída na mesma quantidade por melaço de cana, à venda em dietéticas e grandes superfícies.
**Não encha a forma acima de metade pois o bolo cresce muito e derrama (o meu forno que o diga!)
***As quantidades que indiquei e que foram as que pensei serem sensatas e assim fiz, acabaram na verdade por dar, não um mas dois bolos. Pense nisso ao decidir que quantidade vai fazer.
Notas: *A água-mel é um xarope negro feito com a água evaporada de lavagem dos utensílios utilizados na cresta do mel pelos apicultores. É virtualmente impossível obtê-la em ambiente citadino e pode ser substituída na mesma quantidade por melaço de cana, à venda em dietéticas e grandes superfícies.
**Não encha a forma acima de metade pois o bolo cresce muito e derrama (o meu forno que o diga!)
***As quantidades que indiquei e que foram as que pensei serem sensatas e assim fiz, acabaram na verdade por dar, não um mas dois bolos. Pense nisso ao decidir que quantidade vai fazer.
5 comentários:
Óptimo aspecto!
Vou experimentar!
Nem sempre é importante rotular as preparações. Este teu bolo é assim algo de fundido e saiu bem.
Ainda há batata doce para eu me aventurar nos doces. Estas tuas partilhas (o bolo e as broas castelares) ainda vão fazer com que eu ensaie um doce com a batata do mesmo nome.
bem que bolo super guloso:-)beijinho
Dizias tu que não eras um ás nos bolos... este está maravilhoso de aspecto e do sabor que se deixa adivinhar.
Agora vem a 17ª em passinhos de bebé, como quem não quer a coisa!
Beijinhos.
Olá Luís,
Mais uma receita muito interessante, a combinação de batata-doce com noz parece muito boa.
Gostei!
Abraço
João
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