Era assim o cabo-de-mar na sua missão civilizadora e polícia de costumes, sempre a ver pano a menos e pele a mais à procura do Sol e a multa sem perdão, e que multa gostosa, sim senhora!
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Agora que os tempos mudaram e que já ninguém se emociona, nem os cabos-de-mar, com palmos a mais ou na menos de pele nua e dourada, passaram a sua atenção para essa delícia única que o mar oferece a quem se atreve a apanhá-los (e vende a quem prefere comprar), as percebes!
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Agora a luta é outra.
Poderia pensar-se que motivos ecológicos ou de protecção da espécie, pautavam a incessante demanda destes novos cavaleiros das nossas arribas costeiras, mas não: aqui, o que se protege é a receita, a fiscal, claro.
Se for apanhador profissional e pagante de taxas, apanhe o que quiser; se for amador amante da Policipes, então pode apanhar até um quilo e ….. só com as mãos!
Para quem não saiba, não se podem apanhar percebes só a puxar com os dedos.
É assim que este que por aqui vos vai escrevendo se torna um fora-da-lei, um robin dos bosques dos rochedos, um zé do telhado dos percebes que teima em tornar-se um foragido nas férias, sempre que sai para apanhar o petisco máximo, cozido em água do mar e longamente saboreado em horas inesquecíveis que fazem valer bem o risco e a aventura de andar a fugir do cabo-de-mar.
2 comentários:
Experimentei este fim de semana a sua receita rápida. Foi um sucesso! Obrigada.
oh mas vale a pena meu caro, percebos é do melhor que há! para mim não há marisco melhor no mundo! posso passar dias a comer isso... é mesmo pena já não os haver como antigamente...
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