Sendo que vinho é vinho e pronto, é vinho, há duas maneiras fundamentais de ser encarado: ou é aquilo com que acompanhamos a nossa comida ou, pelo contrário é aquilo que é acompanhado pela nossa comida.Eu pertenço à primeira tranche, acho que nunca fiz um prato para acompanhar um vinho (os da outra tranche dizem "harmonizar"), embora alinhe às vezes por uma outra via que é a de beber vinho à conversa que, aqui para nós, é como eu mais gosto dele.
Existe ainda uma terceira vertente, a do Vinho Cor-de-Rosa, que Tiago Teles examina de forma magistral aqui e que, sendo a minha exacta opinião mas não conseguindo nem por sombras chegar-lhe aos calcanhares em brilho e assertividade, recomendo uma leitura atenta.
Sendo que leitor é leitor e pronto, é leitor, há duas maneiras fundamentais de sê-lo: ou é dos que, sem tempo, treslê pela rama, mais intuindo que lendo ou, pelo contrário, dos que se detêm no espírito e na letra, tentando chegar à pessoa oculta por detrás daquelas letras.
Não se pense que eu alimento qualquer animosidade ou desdém por qualquer destes leitores: eu próprio, consoante os ditames do tempo, esse tirano, vou sendo um e outro.
Se agora aqui falo disso é porque o texto de Tiago Teles que acima referi é o pano de fundo para o que a seguir vos direi deste maduro, Quinta dos Loridos Alvarinho 2007.
A Quinta dos Loridos é uma propriedade de cerca de quatro dezenas de hectares paradisíacos a que se chega saindo do Bombarral em direcção a Óbidos e virando à direita na primeira rotunda. Após uma longa e ilustre história foi há poucos anos adquirida pelos Vinhos Bacalhôa de Joe Berardo devido às particularidades únicas daquele terroir para a produção de espumantes brancos de excelência que começam agora a dar os primeiros frutos.
Por entre as copas e exércitos, pode ver-se o verde das vinhas.Ali, no meio de exércitos de terracota chineses e gigantescos budas que Berardo decidiu ali implantar num impulso de indignação quando os taliban afegãos dinamitaram os budas de Bamyam, crescem as vinhas de Alvarinho, a mais prestigiada casta branca portuguesa, tradicional do melhor vinho verde, mas que aqui, vinificada como maduro, é a prova provada que o terroir, esse conceito intraduzível que abrange o conjunto ambiental de uma vinha, desde o solo ao clima, é um factor fundamental, talvez mesmo mais que a casta, para definir a personalidade de um vinho.
E que personalidade tem este Alvarinho, Quinta dos Loridos 2007!
De cor citrina, fresco, exuberante e com a acidez “certa” a lembrar o alvarinho da sua origem, firme na boca e um final enorme, com aroma frutado e madeira muito ténue, que aqui não se caiu na pecha nacional de “tratar” qualquer zurrapa em carvalho francês, a fingir de grande vinho.


Junta-se então o chouriço em rodelas muito grossas, o toucinho ás tiras e dois dentes de alho com casca. Mal recomece a estrugir junta-se uma chávena de água e tempera-se de sal.
Junta-se então a batata ou mandioca às rodelas, a farinheira com a pele picada e a couve que houver, neste caso usei portuguesa.
Fica a fervinhar até estar bem cozido, com a farinheira no topo, até não se poder mais aguentar a fome...
Nota: quando a coluna partia, metia-se nas mochilas o toucinho amarelo salgado, e os enchidos que houvesse, mandados da "metrópole" ou "puto", que eram os nomes que designavam Portugal continental. Depois, com o que houvesse, se faria o "Capitão" de que o capitão também comia, pois claro!











4º (panela) - Junte o resto do queijo e pimenta, envolva, retire do lume, espere uns instantes para que pare qualquer fervura e adicione então os ovos. Envolva continuamente para não deixar cozer o ovo que deve ficar cremoso.








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