Terceiro
continente em extensão, segundo em população, provavelmente o mais rico em
recursos naturais, África começou por ser pasto da voracidade colonial das
potências europeias e depois alvo dos apetites não menos vorazes de alguns dos
seus próprios filhos.
Ao longo dos 8.000 quilómetros que separam as montanhas do
Atlas, em Marrocos, do Cabo da Boa Esperança, no extremo Sul, vão-se
encontrando mais de meia centena de estados em que, na maior parte, ao lado da
opulência imoral das oligarquias governantes, vive-se e morre-se nas mais
abjectas condições de miséria, guerra, corrupção, doença e fome.
Não são estes países que hoje me interessam para esta 164ª Trilogia, em que sugeri à Ana e ao Amândio o tema “África ─ do
Atlas à Boa-Esperança”, mas sim um outro, pequeno paraíso insular
atravessado pelo equador que, não sendo um país rico pelos padrões europeus,
tem por si, as maiores riquezas que se podem desejar, a natureza intocada, a
alegria e a felicidade.
Sim, claro que estou a falar de S. Tomé e Príncipe, país de
mar, cacau e café, de onde pela mão de João Carlos Silva*, na sua Roça de S.
João dos Angolares, vamos hoje conhecer o Grão à Patrão, esta espécie de
“rancho” equatorial, ou não tivesse S.Tomé sido uma das colónias de Portugal.
Ingredientes:
Grão cozido
Cebola
Alho
Malagueta vermelha
Óleo de palma
Frango
Tomate
Cominhos
Toucinho fumado
Chouriço
Farinheira
Paio
Morcela (usei chouriço de sangue)
Sal
Preparação:
Num tacho, leve ao lume em óleo de palma a cebola picada,
alhos, cominhos pisados no almofariz com uma pitada de sal, depois o tomate e
as malaguetas vermelhas.
Deixe refogar.
Adicione então frango previamente desossado e desfiado e
deixe a tomar sabor durante alguns minutos.
Corte em pedaços as restantes carnes e enchidos, adicione-as
e deixe a fervinhar por mais dez minutos.
Junte por fim o grão cozido, envolva e deixe apurar durante
cerca de vinte minutos.
Nota: * João
Carlos Silva, cozinheiro, gestor hoteleiro da Roça de S. João dos Angolares e
divulgador incansável da cultura são-tomense, tornou-se conhecido entre nós através
de um programa televisivo culinário, de uma alegria sui generis e contagiante, “Na Roça com os Tachos”, de onde foi
depois compilado um livro com o mesmo nome, editado em 2005 pela Oficina do
Livro.
4 comentários:
Um prato que considero espetacular, aprecio muito. Belíssima apresentação.
Excelente receita, toda a família e amigos gostam imenso. Parabéns a João Carlos Silva.
Já lá vão 15 anos continua a ser um prato muito apreciado cá em casa, pela família e amigos. Parabéns ao grande comunicador João Carlos Silva.
Vi o programa do João Carlos Silva em que ensinava a fazer este prato, ainda eu ea solteiro. Experimentei fazer e achei delicioso. O que sobrou foi para o frigorífico e comi no dia seguinte. E pude então verificar que de um dia para o outro os sabores apuram e o este prato passa de excelente a divino!!!! Confesso que nem sou grande cozinheiro nem me interesso particularmente por culinária, mas a boa onda do apresentador era de tal maneira contagiante, que eu por vezes via o programa só para me entreter ao fim de um dia de trabalho.
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