Todos os anos pelo fim de Maio, Lisboa e tantas outras cidades e vilas enchem-se do seu aroma portentoso, transfigurando em jardins, pela magia do perfume, até artérias cheias de fumo, barulho e tráfego, a lembrar que por vezes a mole urbana é um sítio bom e gratificante para pessoas viverem.
É a magia das Tílias!
Árvore de folhagem verde escura, copa densa e sombra magnífica, quando chega o final de Maio, emite umas estranhas folhas verde claro, as brácteas, do meio das quais sai um pedúnculo de botões que se abrem em singelas flores branco amarelado que exalam um perfume poderoso que se intensifica ao fim do dia.
Diurético, estomáquico, calmante, são apenas algumas das virtudes que se anunciam para as infusões destas flores, o conhecido chá de tília que, se afinal não tiver as tais propriedades medicinais, é pelo menos, e isso seguramente, uma bebida deliciosa.
Se tem acesso* a uma tília, tem agora uma janela temporal de uma ou duas semanas para colher as delicadas flores e suas brácteas,
secá-las num local arejado mas sempre à sombra
e poder assim desfrutar durante todo o ano dessa fragrância única, seja em infusão seja através de um licor de que vos falarei daqui a dias, quando a minha tília estiver seca e o fizer.
* As tílias que existem em matas e jardins, públicos ou privados, fornecem belíssimo material de colheita. Nas cidades, principalmente nas tílias que ornamentam avenidas com tráfego automóvel intenso, claro que a poluição ambiente desaconselha o seu uso para preparar bebidas. Nestes casos, poderá no entanto colher alguns ramos mais floridos e levar para sua casa que ficará por alguns dias cheia do seu perfume.
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