É
provável que nunca se venha a saber ao certo a origem do nome desta preparação
popular do feijão verde, com referências escritas que remontam à Idade Média e
que foi, isso seguramente, a origem remota de todas as tempuras asiáticas, os
Peixinhos da Horta!
Esta delícia de antanho, vem do tempo em que as proteínas rareavam
mais do que apareciam nas mesas do povo,
que ia inventando estes peixes-feijão,
para enganar o olho e parecer que o prato não vinha todo só da horta.
Embora seja uma receita que toda a gente sabe fazer e que
seria um pouco escusado, por redundante, estar a aparecer aqui, a verdade é que
é o modo como mais me agrada o feijão
verde, tema para esta 78ª Trilogia
com a Ana e o Amândio e também
porque anda um pouco esquecido e arredado da oferta na restauração ou, pior, é
feito à "trapalhona", com o feijão verde cortado aos pedacinhos
dentro de um polme e frito como se de patanisca se tratasse...
Ingredientes:
Feijão Verde das variedades menos curvas.
1 ramo de hortelã ou de segurelha (facultativo)
Sal
Polme, feito com ovo, farinha, sal, pimenta e água.
Azeite refinado ou óleo, para fritar.
Preparação:
Cortam-se os bicos e tira-se algum fio que os feijões
tenham. Fervem-se rapidamente em água temperada com sal e, se quiser, um ramo
de hortelã ou segurelha. O tempo desta fervura varia consoante o tipo de feijão
usado e a idade da vagem mas deve deixar o feijão apenas escaldado, ainda duro
e com sabor a cru. Escorra bem.
O polme para peixinhos da horta é o clássico polme feito
com ovo, farinha com fermento, água, sal e pimenta e, como em todas estas
velhíssimas preparações populares, manda o bom senso, não qualquer cânone ou
receita. Se o seu polme levar um ovo ou dois, a diferença não será
particularmente notada no resultado final.
Já a espessura da massa é muito importante e isso tem a
ver com a quantidade de água que lhe juntar depois do ovo e da farinha. Mais
uma vez aqui manda apenas o seu gosto.
Se o polme ficar espesso, o feijão ficará envolvido por
uma camada consistente de massa frita; se ficar ralo o feijão apenas ficará
envolvido por uma camada ténue.
Esta é a diferença que se obtém fritando feijões iguais e
fazendo variar apenas a espessura do polme.
Pessoalmente, gosto de encontrar muita “patanisca” à volta
do feijão e por isso o meu polme é espesso e os meus peixinhos da horta ficam
assim após a fritura.
Frite em azeite refinado ou óleo,
depois de passar os
feijões, um a um ou dois a dois, conforme sejam grandes ou não pelo polme.
Escorra em papel absorvente.
Peixinhos da horta podem constituir prato, entrada,
petisco, o que se quiser fazer com eles, até frios, fica sempre bem a quem
gosta deles. Hoje, comi-os com aioli,
à mão, molhando o feijão no delicioso molho, a cada dentada,
e acompanhado por
um copo de gelado gaspacho quase andaluz, de que vos falarei lá mais para a
frente, quando o calor apertar e o tomate já estiver à altura de fazê-lo
brilhar como estrela de um post.
6 comentários:
Que maravilha! perfeitos, os seus peixinhos da horta.
Só mesmo tu para achares que todos sabem fazer peixinhos da horta...
Beijinhos.
aqui está uma coisa que eu gosto muito de comer mas que não tenho a mínima pachorra para fazer.
fiquei com água na boca!
Fez-me salivar, acredita???
Adoro peixinhos da horta e, como o Sr., também gosto de encontrar muita "patanisca" no meu feijão.
Nunca me saiu bem... Vou fazer com a sua receita e rezar aos santinhos todos para me correr bem. Isto porque não é só copiar a receita, é preciso depois fazê-la bem!
Obrigada
Bom dia, como pediu para deixarmos comentários sempre no último post, aqui vai, não especificamente sobre os peixinhos da horta (que estão com um aspecto divinal), mas para elogiar todo o seu blog pela clareza, detalhe, mas principalmente o gosto com que é óbvio que o faz e que passa para o leitor.
Ô Amigo....
Esse peixinho eu como, viu...
Abracao com saudade
Amigo Leo
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