Há terras que despertam em nós compulsões para determinadas coisas, que só ali fazemos, nem sabemos bem porquê.
A metade paterna da minha família é de origem Pernambucana e a materna da Nazaré. Talvez por isso eu tenha um carinho muito especial por esta vila onde ainda há restos desconhecidos de família e onde vou muitas vezes, quer de Verão quer de Inverno. Sempre que lá passo, há duas coisas que não consigo deixar de fazer: subir ao Sítio de elevador e comprar peixe seco, na praia.
Ao longo do areal, sucedem-se as secas de arame onde se enfileiram milhares de carapaus abertos, quais pequenos bacalhaus, alguns outros peixes e polvos.
Depois de algum regateio, lá venho com um saco cheio, que começo logo a comer, assim mesmo, sentado no paredão.
O polvo seco ao sol pode comer-se passado pelo fogo, para amolecer, ou então, demolhado e assim reverdecido, feito como se de polvo fresco se tratasse. Só que com um sabor mais rico e único, antigo, especial.
Ingredientes:
1 Polvo seco ao sol, da Nazaré
Grêlos de nabo
Batatas
Preparação:
Demolhe o polvo em água, durante 24 horas.
Coza o polvo em água e sal durante cerca de 1 hora ou até estar tenro, como polvo fresco.
Acompanhe com batatas e grêlos, regado com azeite virgem e vinagre de vinho.
3 comentários:
E assim, com esta converseta sobre a Nazaré, o Luís já conseguiu despertar a curiosidade das minhas papilas gustativas...
Uma duvida: tem mesmo de ser da Nazaré? Aqueles que há à venda nas lojas de bacaçhau da Baixa de Lisboa são para desconfiar?
Já tenho aqui o meu marido a dizer que tiro ideias tristes dos blogs (ele detesta polvo...)!
No litoral alentejano o polvo seco também é muito usado, nas festas e romarias não faltam os assadores com o polvo seco na brasa, e tem um cheirinho tão bom!
Nunca o provei desta maneira, vou ter em consideração esta dica para o próximo polvo seco a chegar-me ás mãos.
Bj
Esta é daquelas comidas que nunca provei, nem na brasa, nem assim, cozido, mas deve ser uma maravilha.
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