Originário da
Turquia, o Burek encontra-se disseminado
pelos países da ex-Jugoslávia, Polónia, Hungria, etc., assumindo as formas mais
diversas, desde o doce ao salgado, carne, vegetais, queijos e peixes, de modo a
que se tornou uma designação genérica, a exemplo de tantos outras preparações
de que se acabou por reter a essência do processo, como se passou com o carpaccio, as nossas alheiras ou a
designação “à Brás”, ou strudel, que
por acaso é outra das designações de alguns burek.
Dentre as milhentas receitas disponíveis
de burek, sobressai o facto de ser
uma empada/pastel em que o recheio é enrolado em massa muito fina, tipo do strudel ou filo e depois acondicionado
em espiral antes de ser cozido no forno.
Este burek que aqui deixo, é um clássico presente em todo o lado na
Croácia, frio ou quente e feito à base de fetta,
requeijão e iogurte. Decidi acrescentar-lhe uma dose generosa de espinafres,
cuja ligação com o requeijão é para mim um must
de compatibilidade de sabores. A envolvente foi feita usando massa folhada virgem
de três voltas e meia, bem esticada no fim, o que torna as folhas comparáveis
em espessura à da filo e o resultado foi excelente.
Ingredientes:
1 Requeijão
1 Iogurte grego
125g de Fetta
2+1 Ovos
1 molho de espinafres
350g de massa folhada* (virgem**)
Sal e pimenta
Preparação:
Junte numa tigela o requeijão, o
iogurte grego (ou dois iogurtes normais, espremidos até terem o volume de um),
o queijo Fetta esfarelado grosso,
dois ovos e os espinafres depois de salteados e bem espremidos.
Junte pimenta e
sal, tendo em atenção o que já lá está no queijo, e misture estes ingredientes
de modo grosseiro, de modo a deixar alguma individualidade entre os
componentes.
Estenda massa folhada* virgem**
até ficar bem fina, mas sem dobrar para que resulte bem folhada, corte em
rectângulos alongados e distribua o recheio junto a um dos lados maiores.
Enrole
de modo a ficar um rolo alongado e vá dispondo em espiral
numa forma de tarte.
Pincele com gema de ovo
e leve a forno muito quente, primeiro com o calor por baixo para arrancar com o crescimento do folhado, depois a 160º com a forma a meio forno durante cerca de meia hora, tapando com papel de alumínio se necessário para não queimar.
Sirva quente ou frio, simples ou
acompanhado de uma salada.
Notas: * Se quiser experimentar o Burek como ele é tradicionalmente, use 7 ou 8 folhas de massa filo
em vez da massa folhada.
** Massa folhada “virgem” é a
massa de “3 voltas e meia”, feita com 3 dobragens triplas e uma última dupla
(em livro). É a massa folhada em que as folhas ficam mais separadas e se não a
fizer em casa, deverá comprar aquelas massas folhadas que se vendem em
rectângulos espessos, que são geralmente massa “virgem”.
8 comentários:
já muitas vezes olhei para receitas de borek ou burek mas a ideia de o fazer sem yufka sempre me desanimou. Sempre soube que podia usar filo ou massa folhada mas nunca tentei. Desta vez vou fazer uma experiência.
Boa receita.
Adoro Burek e estes, assim em forma de caracol, são mesmo lindos e especiais!!
Beijinhos,
Lia
Lindo, e certamente delicioso também!
Um abraço.
Olá Luís,
adoro o seu blogue! É uma verdadeira mina de ouro, com as mais variadíssimas receitas que nos fazem viajar, através dos seus sabores e culturas.
Era bom que se pudessem imprimir estas deliciosas receitas,para depois repeti-las na nossa cozinha com mais facilidade (se o blogue tivesse o ícone de imprimir), ou o ícone para poder receber as novas receitas no e-mail, seria muito bom!
Obrigada pela partilha destas maravilhosas receitas
Pergunta a minha ingenuidade, e esta massa é o Luis Pontes que faz ou podemos comprar em supermercado ou loja ?
Bem haja
Antonio
Uma coisa que me agrada em teu blog é que és tu e nada mais! Assim, sem concessões. Por isso volto aqui todos os dias, mesmo te esperando. Muito booooom! Bjs, Beth Müller
Amigo, que forma mais interessante e bela de montar este burek. Realmente ficou com um excelente aspecto, além de deixar a certeza de ser muito saboroso.
Aproveito para desejar-lhe um bom natal a si e familiares.
Um abraço.
Caro António,
Esta massa folhada fi-la eu, como de costume, porque como amador que sou, não dispenso estes trabalhos "preliminares", no fundo aquilo que me dá gozo, que é o que procuro (e encontro!) na cozinha. Por isso as minhas receitas são sempre temperadas com o ingrediente "tempo", umas vezes por ser necessário, outras porque eu faço batota e o introduzo para prolongar o prazer de fazer.
De qualquer modo, as massas folhadas industriais têm para mim o defeito de serem sempre uma incógnita, dizem no rótulo "massa folhada" e mais nada, quanto muito se são feitas com margarina ou com manteiga, o que é muito pouco.
Havendo tantas maneiras de folhar uma massa e sendo os resultados tão díspares, chamar apenas "massa folhada" é assim como comprar uma couve que venha numa caixa preta e que, por fora, tenha um rótulo a dizer: "couve"...
Abraço. Bom 2016!
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