Conheci o Dr. Indiveri
Colucci há muitos anos, eu quase menino e a dar os primeiros passos nos mistérios
da botânica e ele já ancião (morreria em 1987, com 108 anos) e mestre
incontestado nas artes da cura natural. No seu instituto de Paço d’Arcos, onde
trabalhou diariamente até aos 103 anos, muitos foram os que, ali chegados com doenças terríveis, lhe ficaram a dever a vida, através de
tratamentos naturais em que era muitas vezes rainha essa humilde raiz vermelha
que conhecemos por beterraba.
A beterraba é um vegetal que tem,
entre nós, uma popularidade mais decorativa que propriamente nutricional e é
costume empregar-se em saladas, raspada crua ou, as mais das vezes, cozida e
conservada numa salmoura avinagrada.
Para esta 143ª Trilogia, em que a Ana,
o Amândio e eu próprio temos como
mote a beterraba, decidi deixar de
lado as suas utilizações tradicionais (costumo usá-la como aperitivo, temperada
com azeite e alho)
e usar aquilo em que ela é mais exuberante , a cor, devida a
um corante vermelho poderoso, a betacianina, pedindo-lhe de empréstimo para
fazer um puré de batata exuberante e alegre, uma originalidade bem à medida do
tempo de férias em que estamos.
Ingredientes:
4 batatas
1 beterraba cozida
1 noz de manteiga (ou 2 c.sopa de
azeite)
2 c.sopa de nata
Sal, pimenta e alguma especiaria
a gosto
Preparação:
Coza as batatas em água e sal,
cortadas em cubos. Escorra e reserve.
Junte à batata a beterraba
e a
manteiga e esmague-as em conjunto, durante o tempo que quiser, seja para deixar um puré liso, se esmagar muito, ou com algumas texturas e irregularidades, se menos esmagado. Junte por fim a nata e alguma especiaria, como noz moscada, bata bem e apresente formado em quenelle,
como acompanhamento, aqui com costeletas de borrego grelhadas.