Quando
se cozinha, esses dias que começam com uma intenção e acabam numa refeição nos
antípodas da imaginada são muito frequentes, basta por vezes a falta de um
ingrediente essencial ou um preço proibitivo para a nossa bolsa e as sonhadas lulas
dão em polvo, os salmonetes em carapau. E gostamos à mesma!
Não
foi isso que aconteceu com este coelho manso, cuja compra foi despoletada por
uma lebre selvagem. Não que eu tenha sequer procurado a tal lebre, que não é o
tempo delas, o cinegético, e as raras congeladas não agradam ao paladar e ainda
menos às finanças familiares.
O que aconteceu foi eu lembrar-me desse delicioso
prato provençal, “Lièvre aux navets” e, por associação de orelhas (a lebre até é
da família do coelho), ter imaginado como seria a associação de coelho com um
dos nossos mais mal-amados vegetais, o nabo.
Resulta
em cheio!
Ingredientes:
Coelho
Nabos
Cebola
Alhos
Manteiga
Cerveja
branca
Farinha
de arroz
Louro
Sal
e pimenta
Preparação:
Descasque
nabos e corte-os em cubos com cerca de dois centímetros de lado.
Coza-os
cobertos de água com um pouco de sal durante oito a dez minutos, de modo a que
fiquem imperfeitamente cozidos. Escorra e reserve.
Parta
o coelho em pedaços médios e reserve (fiz só metade de um, o almoço era apenas
para dois).
Refogue
cebola e alhos, ambos picados, em manteiga e pimenta preta e quando começar a
alourar junte os pedaços de coelho, o sal e uma folha de louro, tape e deixe
cozinhar em lume mínimo por cerca de vinte minutos.
Adicione
uma colher de sobremesa (+/-) de farinha de arroz, envolva e junte então a
cerveja. Usei uma “mini” para meio coelho; para um coelho inteiro será uma
“média”.
Desta
adição da cerveja resulta um molho aveludado e rescendente; junte os cubos de
nabo semi-cozidos, rectifique temperos e deixe ferver mais cinco minutos,
durante os quais o nabo terminará a cocção.
Sirva
assim ou acompanhado por batata cozida, que muito agradece o banho de molho
para fazer uma refeição deliciosa.