Já aqui vos deixei uma receita há
vários anos, dessa vez a que aprendi em S.Romão, com os amigos da Casa Santa Isabel. O sistema de extracção
que usam, na tradição alemã, é feito a
quente e os resultados excelentes embora apresente algo que, não sendo
propriamente um defeito, estraga um pouco a apresentação final: a turvação,
mais ou menos acentuada mas sempre presente quando as flores de sabugueiro são
sujeitas a fervura e que resiste a todas as manobras de clarificação e
filtração. Já os processos de extracção a frio tradicionais apresentam
problemas na conservação, que não se consegue garantir fora do frigorífico por
períodos prolongados.
Este ano, decidi experimentar um
outro processo que imaginei para poder guardá-lo sem preocupações durante todo
o ano e evitar essas “nuvens” que sempre aparecem, logo ou alguns meses depois.
Os resultados, pelo menos por agora, não podiam ser melhores.
Ingredientes:
Flores de sabugueiro
Limão
Açúcar
Ácido cítrico em cristais
Preparação:
Use flores recém-apanhadas
e
separe-as dos raminhos esverdeados que as sustentam e que dão um travo amargo
ao xarope.
Encha um recipiente que possa
fechar de modo estanque até cerca de dois terços da sua altura com estas
flores,
adicione raspa do vidrado de limões, açúcar branco (150g para frasco de 1l)
e duas colheres de sobremesa de cristais de ácido cítrico
por cada litro de capacidade do recipiente. Cubra de água mineral pouco mineralizada,
feche e leve por uma semana ao frigorífico, para ter a certeza de que não se inicia qualquer fermentação.
Ao fim desta semana de infusão a
frio, o líquido tomou um tom amarelado característico, está fortemente
aromático e, principalmente, está totalmente cristalino que é o que não
acontece na extracção a quente.
Filtre cuidadosamente para que não
haja neste extracto qualquer elemento sólido,
pese o filtrado e junte-lhe o
mesmo peso de açúcar. Leve ao lume até levantar fervura e o açúcar estar
totalmente dissolvido e enfrasque assim a ferver em recipientes esterilizados por fervura ou
por quinze minutos no forno regulado para 150ºC. Pode ser guardado à
temperatura ambiente até ser aberto e usa-se diluído em água gelada como um
outro xarope.
Se usar açúcar amarelo em vez de
branco, o xarope terá uma coloração mais acentuada e o sabor depois de diluído
não se altera significativamente.